Parabéns Coliseu Figueirense


Coliseu Figueirense na Figueira da Foz, talvez a praça mais “ruidosa” do país, mas também uma das mais bonitas e das que mais tradição possui, daí a justiça da celebração do seu 120º aniversário no sábado 18 de Julho numa corrida de gala à antiga Portuguesa.

Frente a uma presença a rondar a meia casa, na arena, os Grupos de Vila Franca e do Ramo Grande enfrentaram 6 Teixeiras, uma ganadaria que por norma é das que coloca em sentido toureiros e forcados.

O primeiro da noite não fez justiça ao prestígio da ganadaria visto que teve um comportamento digno de um manso perdido, sem classe nem nobreza. Logo na saída dos curros, se é que se pode chamar “saída” aquela atitude, mostrou ao que vinha, reentrando por várias vezes nos curros e acabando finalmente por se interessar por qualquer detalhe que acabou por o arrastar para a penosa tarefa de ter que ser “lidado” na arena.

Cedo se desenhou que se iria tentar a cernelha neste toiro, saltando para a função o João Maria Santos e o Carlos Silva. Foi tarefa inglória visto que apenas por uma vez e numa fração de segundos deu uma ténue hipótese de entrada aos cernelheiros. Parava-se no meio da praça, sem largar o jogo de cabrestos mas nunca se encabrestando, o tempo foi passando e acabou por se redesenhar como recurso a sua pega de caras. Para a cara foi o António Faria. Teve 2 tentativas iniciais em que a valentia igualou a precipitação e acabou por ficar numa 3ª tentativa de raça, dramática, já com os ligamentos do joelho em estado lastimável. Possivelmente comprometeu o resto da sua época nas arenas, resolveu o problema, mostrou uma valentia do tamanho do mundo mas também alguma falta de calma (extensível ao Grupo) frente a um toiro que era tudo menos fácil, totalmente bronco e com uma entrada duríssima. António, fazes falta, regressa rápido.

O Terceiro toiro da noite era um Teixeira de raça, nobre e voluntarioso que deixou um bom perfume de bravura na arena da Figueira. Para a cara o cabo escalonou o Ricardo Patusco que efetuou uma excelente pega. Sacou-se ao toiro devidamente, recebeu como deve ser e após aguentar um derrote alto, entrou velozmente pelo Grupo dentro, bem trancado na córnea e bem secundado por um conjunto de ajudas que estiveram soberbos em todos os aspetos, não deixando que o toiro saísse nas tábuas, onde tentou tudo para tal.

A última pega do Grupo de Vila Franca, também a um excelente toiro, teve na cara um jovem valor que cada vez se afirma mais como um dos promissores forcados das nossas arenas, o Gonçalo Filipe. Ainda não é perfeito na busca do equilíbrio quando recua, uma correção que virá com o tempo e não compromete de modo algum, mas foi extremamente eficaz em tudo o mais e quando se fechou na córnea, parecia que nada no mundo o poderia tirar da cara do toiro. O Manu deu uma primeira de luxo e o resto do Grupo correspondeu de igual modo numa das boas pegas desta noite.

Como no dia seguinte haveria mais 3 Teixeiras para pegar em Moura, o jantar foi algo abreviado e os forcados do ativo tiveram de ser dobrados pelos retirados na noite Figueirense, em mais um triunfo…

Paulo Paulino “Bacalhau”

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