Historial

História do
Grupo de Forcados Amadores
de Vila Franca de Xira

Forcados Amadores de Vila Franca de Xira, mais de 90 anos na vida de um grupo. São muitos anos na arte de bem pegar toiros, em que a raça e a valentia são o lema. Muitos Forcados com o risco da sua própria vida têm levado a toda a parte o nome de Vila Franca. Grandes têm sido os seus êxitos, enorme a sua simpatia.

Existem vários registos de intervenções “isoladas” dos jovens que iriam mais tarde promover a Fundação do Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira. Nessa época, alguns elementos desse tipo de agrupamentos de forcados atuavam alternadamente como cavaleiros ou bandarilheiros noutras corridas. Há notas que apontam diversas datas e nomes onde participaram alguns dos elementos que viriam a constituir o Grupo Fundador dos Amadores de Vila Franca de Xira, ou tiveram influência nesse facto, nomeadamente no dia 10 de Maio de 1923 com José Guerra a formar um conjunto de forcados que atuou nas Festas do Senhor da Boa Morte em Vila Franca de Xira. Em 28 de Outubro de 1923, numa Corrida promovida pela Sociedade de Beneficência de Vila Franca de Xira, houve destaque para José Guerra e Horácio Cunha, que nessa corrida também atuaram como cavaleiros.

Por volta de 1924 um conjunto de amigos começou a pegar toiros atuando em algumas feiras taurinas mas não dando qualquer denominação ao seu conjunto, identificados apenas pelos seus nomes e tendo como Cabo o Sr. José Guerra. Numa vacada promovida pela Sociedade de Beneficência, em Maio de 1924, pegaram Joaquim Franco e Júlio Santos. Em 1925 numa corrida realizada a favor dos Cabos e soldados da GNR, em Vila Franca de Xira, há registos de pegas de Fortunato Simões e Vasco da Rocha Lopes. Em Outubro de 1926, José Guerra foi o herói da tarde no que diz respeito aos forcados, tendo ainda atuado como picador nessa mesma corrida.

Entretanto, José Guerra abandona a atividade de forcado e dedica-se a funções de cavaleiro, bandarilheiro e posteriormente de empresário, transitando o comando destes agrupamentos para Joaquim Franco que habitualmente entrava em festejos taurinos como espada, bandarilheiro ou até mesmo como artista cómico, nos intervalos dos mesmos.

A 22 de Setembro de 1929, fardou-se no Festival Taurino-Desportivo a favor dos Bombeiros Voluntários, “um arrojado Grupo de forcados, composto pelos Srs. Joaquim Franco (Cabo), José Machado, Horácio Cunha, Fortunato Simões, Vasco Rocha Lopes e Acácio Estêvão de Jesus” e no dia 5 de Junho de 1930, numa corrida integrada nas Festas Regionais e Populares de Vila Franca de Xira, os forcados que atuaram foram Joaquim Franco (Cabo), Vasco Rocha Lopes, Horácio Cunha, Francisco Camelo, Franklim Batalha, José Plácido, Júlio Santos e Daniel Serafim. Na corrida de 20 de Julho de 1930, promovida a favor dos Bombeiros Voluntários de Vila Franca de Xira, o “Vida Ribatejana” da semana anterior referia: “… o arrojado amador, Sr. Joaquim Franco, capitaneará o agrupamento de forcados, o qual se compõe dos não menos arrojados amadores, Srs. Vasco Rocha Lopes, Horácio Cunha, Francisco Camelo, Franklim Batalha, José Plácido, Júlio Santos e Daniel Serafim e a 27 de Julho, o mesmo jornal, em jeito de balanço da corrida, referia que “… houve pegas rijas do grupo de forcados de Joaquim Franco que fez também no primeiro touro a casa da guarda, com a maior valentia …”. Em 9 de Outubro de 1930, este agrupamento de forcados participou na 5ª corrida da Feira Anual de Vila Franca de Xira. A apreciação que o “Vida Ribatejana” fez do agrupamento, a 19 de Outubro, foi a seguinte: “O grupo de forcados, capitaneado por Joaquim Franco, mais uma vez mostrou ser um grupo valente e unido. Fizeram boas pegas de cara e cernelha”.

Há registo de a 6 de Setembro de 1931 em Vila Franca de Xira, o forcado Augusto Linho ter sido protagonista de uma grande pega de cernelha. Em 8 de Outubro de 1931, o Grupo de Forcados Amadores de Joaquim Franco atuou na 5.ª corrida da Feira Anual de Vila Franca de Xira defrontando-se com 5 toiros de José Pinto Barreiros e um de cada uma das ganadarias José Canas, António Vaz Monteiro e João Coimbra.

A decisão da fundação do Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira surge no seguimento de diversas atuações entre as quais se destacam a de 17 de Julho de 1932, onde este agrupamento é convidado pelo então presidente da câmara, José Pereira Palha, a atuar nas festas do 1º Colete Encarnado: “Tomam parte (…) o agrupamento de forcados chefiado por Joaquim Franco, de que fazem parte os Srs. Horácio Cunha, Fortunato Simões, Vasco Lopes, José Plácido, Luís Ferreira e Daniel Serafim”. Segundo o “Vida Ribatejana” do dia 22 desse mês: “… o agrupamento de forcados, capitaneado por Joaquim Franco, bem como sempre, especialmente este e Horácio Cunha, que executaram duas pegas valentes …”. Destaca-se também uma atuação em Julho de 1932 na cidade de Tomar, numa corrida integrada nas famosas Festas dos Tabuleiros, assim como no dia 4 de Outubro de 1932 na Praça de Toiros “Palha Blanco”, numa terça-feira durante a Feira Anual. Terá sido mesmo esta última, a atuação considerada como a antestreia do Grupo.

No dia 8 de Outubro de 1932, o Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira é formal e oficialmente fundado. Foram então elementos fundadores os senhores Joaquim Franco (Cabo), Horácio Cunha, Luís Ferreira, Júlio Santos, Fortunato Simões, Vasco Rocha, José Plácido, Acácio Estevão e Daniel Serafim. Era então “mascote” do Grupo a Ex.ª Sr.ª D. Maria Victória Lopes, filha do elemento fundador Vasco Rocha Lopes. A “mascote” acompanhava sempre o Grupo nas suas deslocações e seria mais tarde nomeada “Madrinha” do Grupo nas Comemorações dos 50 anos da sua Fundação.

O Grupo pega as corridas que lhe aparecem, num tempo bem difícil de pegar toiros pois eram corridas duras, quase sempre pegando toiros já corridos, alguns deles várias vezes. Deste Grupo fundador destacava-se Fortunato Simões que havia de ser considerado um dos melhores forcados da sua época e foi também um grande cernelheiro, tendo constituído com Artur Garrett uma parelha importante. Prosseguem durante algum tempo as atuações do Grupo mas alguns elementos são desafiados pelos Grupos Profissionais, na época os mais conceituados e com outras condições, pelo que alguns deles resolvem mesmo deixar o amadorismo o que leva ao desmantelamento do Grupo por volta de 1937.


Até 1949 existiram por vezes agrupamentos de Vilafranquenses amadores que se juntavam para pegar. Foi neste ano que dois amigos, José Miguel Perdigão e José Lourenço voltaram a tentar a reorganização do Grupo, ficando como Cabo o Sr. José Lourenço. Posteriormente, José Lourenço, Luís Perdigão e José Perdigão, foram convidados a deslocar-se a Moçambique, no ano de 1956, para atuarem na corrida de inauguração da Monumental de Lourenço Marques onde viriam a fixar residência. Tiveram ação preponderante na implementação e no desenvolvimento da festa de toiros em Moçambique com a realização de diversos festivais taurinos, colóquios, palestras, fundaram a Tertúlia Festa Brava de Moçambique onde foram também fundadores do Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca em Moçambique, agrupamento que atuou na inauguração das praças de Vila Pery, Vila Manica, da cidade da Beira entre outras corridas.


Em 1953, o Sr. Joaquim de Almeida Vieira “Quim da Susana”, consegue reconstituir o Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira. Começa-se a viver uma nova fase com o surgimento de novos e valorosos elementos. O “Vida Ribatejana” considerou este Grupo de “afanoso” e “valente” pelo modo como correram as atuações dessa época na “Palha Blanco”. Joaquim Vieira era célebre pelas suas pegas de “estaca” visto que não sabia recuar e terá efetuado uma grande pega na terça-feira noturna desse ano que acabou por ser a sua última atuação como Cabo do Grupo de Vila Franca de Xira.


Com o Grupo a funcionar já com a devida consistência, surge em 1954 um jovem e conceituado elemento vindo do Grupo de Forcados Amadores de Lisboa, o Sr. António Bordalo da Costa Porto “Tá Porto” que é nomeado Cabo e logo nesta época o Grupo de Vila Franca efetua uma caminhada por várias praças do nosso país, realizando 13 corridas, grande parte delas coroadas com enormes êxitos. Foi um dos Grupo com maior número de atuações nessa época, apenas ultrapassado pelo Grupo de Santarém com 15 corridas e ficando à frente do Grupo de Lisboa, com 11 corridas, ambos Grupos bastante mais conceituados. Entretanto, Joaquim Vieira continuou a fardar-se como elemento regular do Grupo de Vila Franca, algo pouco habitual, mas que demonstra um elevado grau de humildade e amor à causa do Grupo de Vila Franca.

O Grupo ultrapassa as fronteiras limítrofes e atua em locais mais distantes, como Guimarães. Há registo de tardes triunfais em Vila Nova da Barquinha e no Campo Pequeno, na corrida de estreia da ganadaria Sociedade Campo Diamante. A corrida na Feira Anual de Vila Franca foi marcada pela negativa, com lesões em alguns forcados entre os quais o próprio Cabo, António Porto. Destaque também para uma atuação em Vila Nova da Barquinha com toiros de muito peso e citando uma crónica da época: “… quanto aos forcados do Grupo do valentíssimo Costa Porto, foram eles dum heroísmo incontestável ao pegar aquelas montanhas de carne …”. Em 1955 os forcados do Grupo, António Porto, Vasco Nuno Morais, e Carlos Constantino Cruz Silva foram convidados para participar numas filmagens da revista internacional Americana “LIFE”, pegando um toiro da casa Cadaval no tentadeiro do cavaleiro Rosa Rodrigues, na Chamusca.

Surge 1956 e o Cabo António Porto inscreve-se como voluntário para efetuar serviço militar na Índia, de onde volta em 1957, novamente para Cabo do Grupo. Neste intervalo de tempo Sr. Carlos Constantino Cruz Silva, o “Carlos da Paula”, assume a chefia do Grupo. Nesta época alguns elementos, incluindo o Cabo, atuam por empréstimo no Grupo de Forcados Amadores do Ribatejo. O Grupo vai funcionando como um conjunto em que o testemunho vai passando veloz sem consolidar um líder, mas onde reina a amizade e a camaradagem e atuando em datas bastantes importantes como na 1ª corrida diurna a ser transmitida em direto pela TV, a inauguração da Praça de toiros do Montijo no dia 22 de Setembro de 1957 e também na 1ª corrida noturna televisionada, realizada na noite de 13 de Agosto de 1958 no “Festival de Ouro da Imprensa”, que se realizou na Praça de Algés.



Em 1959, o Sr. Vasco Nuno Morais viria a chefiar o Grupo que mantinha uma grande forma e somava êxitos sobre êxitos. Vasco Nuno Morais, extraordinário forcado de cara desde os tempos de José Lourenço e que já havia passado também pelos Grupos de Forcados do Ribatejo e da “Borda D’ Agua”, revela-se um bom Cabo durante os seus primeiros anos de chefia, embora nos últimos 2 anos o número de atuações tenha sido escasso. Vasco Nuno, entretanto, deixou de pegar após ter contraído matrimónio.


Em 1963, o Sr. Victor Singeis dos Santos “Baltazar”, torna-se o novo Cabo do Grupo, num período de dificuldade em que a qualidade dos elementos no ativo não abundava, pelo que foi obrigado a recrutar vários elementos do antigo Grupo Juvenil. Entretanto o Grupo já perdera grande parte do prestígio anteriormente obtido e as relações com os empresários ressentiram-se pelo que o número de atuações reduziu drasticamente em relação a valores obtidos em anos anteriores. A única corrida desse ano pegada em Vila Franca, na Feira Anual, foi um grande sucesso, com 4 grandes pegas. Apesar de todas as dificuldades, Vítor Singeis dos Santos que nunca recuou perante essas contrariedades, acabou por lançar as bases que iriam projetar o Grupo para o futuro e deixa no ano seguinte (1964) a chefia para José Carlos Nascimento Silva “Carradinha”, jovem e valoroso forcado que havia já dado bastantes provas das suas capacidades. Mais tarde, em Lourenço Marques, despediu-se de forcado numa corrida em que participaram apenas forcados Vilafranquenses, entre os quais José Lourenço, Machado Lourenço e Jesus Lourenço e onde os toiros eram da ganadaria Palha.



O Cabo José “Carradinha” e seu irmão Vítor “Carradinha”, já anteriormente haviam fundado o antigo Grupo de Juvenis. O serviço militar e a sua chamada para Moçambique, acabou também por obrigar José “Carradinha” a colocar ponto final à carreira de forcado.



Em 1966 era a vez do Sr. Jesus Lourenço ser Cabo do Grupo. O novo Cabo era o irmão mais novo de José Lourenço, anterior Cabo no início da década de 50. Entre muitas atuações, participou no cartel da inauguração da luz elétrica na Praça de Toiros de Coruche e conseguiu chegar ao final da época com apenas um toiro pegado à 2ª tentativa (o 1º toiro da época, em Vila Franca) tendo os restantes toiros sido todos pegados à 1ª tentativa. Em Julho deste ano, Jesus Lourenço deslocou-se aos Açores a convite dos Forcados da Tertúlia Tauromáquica Terceirense, pegando por este Grupo. O Cabo Jesus Lourenço, em corridas de 8 toiros nunca fardava mais de 12 forcados e acabou por ser nesta altura que surgiu um conjunto de forcados que se iriam tornar em grandes nomes como José Carlos de Matos, Domingos Barroca, José Augusto Batista “Zé da Burra”, Rogério Amaro, José Augusto Brás, Vítor Manuel Santos e José Barroca. No ano de 1967, Jesus Lourenço e Victor Singeis dos Santos foram integrados numa embaixada taurina para levarem a festa dos toiros a Macau, onde participaram nos espetáculos então realizados. Posteriormente rumou para Moçambique e com a companhia do seu irmão José Lourenço e de Vítor Singeis dos Santos, acabou por seguir a carreira em Lourenço Marques, no Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca em Moçambique. O Grupo de Vila Franca volta assim a ficar sem liderança, embora desta vez não tenha havido qualquer interregno.



A partir da época 1967 e até 1970, o Grupo assume a designação de “Grupo de Forcados Amadores Académicos de Vila Franca de Xira” e tem como Cabo o Sr. Miguel Palha que decidiu pegar no Grupo existente que já possuía um historial e algum prestígio para além de um conjunto de forcados de eleição e acrescentou o termo “Académicos” ao nome, de modo a criar um assumir da figura do forcado perante as elites que dominavam a “Festa”. Estas épocas deram uma grande estabilidade e consistência ao Grupo de Vila Franca, quer no número de corridas, quer na evolução da qualidade dos seus elementos. Foi uma altura em que o Grupo ganhou uma projeção que ultrapassou os limites das arenas. Em 1969, Destaca-se uma corrida já após a Feira Anual de Outubro em Vila Franca, onde se fardam várias gerações de forcados antigos e atuais como António Porto, Roleta, Mário Matos, Zé da Jockey, Vasco Nuno Morais, Maçaroca e Zé Manel do Carregado. A época de 1970 terá sido a mais proveitosa sob o comando do Cabo Miguel Palha, em termos de corridas.



O testemunho foi passado ao Sr. Vítor Manuel Santos “Arregaça” que assumiu o papel de Cabo em 1971. Destaques para grandes atuações a 2 de Maio de 1971 num Concurso de Ganadarias em Vila Franca de Xira, competindo com o Grupo de Lisboa e em Junho, na Feira da Agricultura de Santarém. A meio da época de 1972, este Cabo reverte o nome do Grupo, regressando a designação original de “Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira”. Durante a época de 1972, é destacado para Angola devido a motivos profissionais e deixa o Grupo sob o comando interino de José Carlos de Matos e de António Tomás. Na época seguinte, em 1973, os destinos do Grupo ficam em definitivo entregues ao Sr. José Carlos de Matos.

Em 1973, já com o Cabo José Carlos de Matos abre-se um novo ciclo da história, em que Grupo é então invadido pela juventude. De tal modo é o entusiasmo e a aderência de elementos que é criado na mesma altura o atual Grupo de Juvenis. Nesse mesmo ano o Grupo de Vila Franca aparece em grande forma no concurso de ganadarias na “Palha Blanco”, onde alterna com mais dois Grupos e conquista o troféu “Forcado de Prata” destinado a premiar a melhor pega, protagonizada pelo forcado Idalécio Pereira.

Na época de 1974, o Grupo partiu para França, numa animadíssima viagem de comboio, para cumprir um contrato de 4 corridas da sua primeira digressão internacional de sempre. Foi uma estreia dura onde uma das corridas ficou conhecida como o “massacre de Beaucaire”, tal a quantidade de forcados que se lesionaram a pegar e a ajudar os 6 toiros nesse dia.

Na época de 1976, o Grupo finalizou a época como “puntero” visto ter sido o Grupo de forcados que mais corridas pegaram nessa época. Em Maio, João Costa “Platanito” ganhou o troféu “Forcado de Prata” para a melhor pega do concurso de ganadarias em Vila Franca. Em Outubro, num Festival, fardam-se antigos e atuais forcados.

Em 1977, João Costa “Platanito” vence novamente o troféu “Forcado de Prata” pela melhor pega no concurso de ganadarias de Maio na “Palha Blanco”. Em Agosto, o Grupo acabou por passar uma provação ao ter de pegar 6 imponentes toiros Norberto Pedroso na Nazaré numa noite em que ia preparado para pegar apenas 3 toiros. Nesse dia o Grupo encontrava-se dividido por haver outra corrida em Nisa na parte da tarde. Divergências com a empresa, originaram que o Grupo de Lisboa se recusasse pegar e o Grupo de Vila Franca acedeu a pegar os 6 toiros e efetuou uma grande exibição. O reconhecimento por parte da Associação Planalto refletiu-se num prémio para o “Melhor Grupo da Época” na Nazaré e valeu uma corrida anual sempre no primeiro sábado de Agosto, dedicada ao Grupo de Vila Franca, durante várias épocas. No dia seguinte em Abiul, o Grupo pegou mais 4 toiros, totalizando 14 toiros pegados nesse fim-de-semana. Nesta época, o Grupo de Vila Franca voltou a ser “puntero” mas não pegou na Feira Anual de Outubro visto a empresa da “Palha Blanco” não ter cedido a corrida de terça-feira noturna ao Grupo de Vila Franca.

Na época de 1978, pela terceira vez consecutiva, o Grupo de Vila Franca voltou a ser “puntero”. No Domingo de Ramos dessa época, em Março, um imponente curro de Palha com peso médio de 600 Kg foi pegado em Vila Franca, na apelidada na altura, “Corrida do Século”. Em Setembro, na Feira Taurina da Moita do Ribatejo, o Grupo enfrenta um toiro “cruzado” sem pega possível e as mais de 10 tentativas de pega e toda a valentia empregue não foram suficientes para pegar o toiro. Apesar disso, a vontade e a grande exibição de valentia valeram ao Grupo a distinção com o troféu de “Melhor Grupo de Forcados” dessa Feira Taurina. A época iria findar com uma corrida de homenageou ao forcado Domingos Barroca, numa tarde de grande sentimento e emoção em que os Grupos de Lisboa e de Vila Franca se uniram na justa homenagem a este grande forcado que havia sido atingido por uma grave e irreversível lesão.

Em 1979 surgiu um convite a Rogério Antunes e António Manuel Inácio “Necas” para fazerem parte de uma seleção de forcados que se deram pelo nome de “Forcados Amadores de Portugal”, para irem pegar toiros ao México e nessa Monumental, estes dois forcados fizeram duas grandes pegas. O jornal “A Capital” noticiava: “60 mil espectadores aplaudiram de pé a pega de Rogério Antunes”. Em Maio, Luís Lino, ganhou o troféu “Forcado de Ouro” em Salvaterra de Magos. Em Santarém, no mês de Junho, o Grupo pegou a corrida TV, tendo sido a primeira vez que os Grupos de Vila Franca e de Santarém pegaram juntos, numa corrida onde se despediu o Cabo do Grupo de Santarém, José Manuel Souto Barreiros. Nesta época o Grupo de Vila Franca é “puntero” pela quarta vez consecutiva e é considerada como a melhor época de sempre do Grupo de Vila Franca até aquela altura.

Na época de 1980, Vasco Medinas de Oliveira, na corrida da feira de Salvaterra de Magos, conquistou o troféu para a melhor pega. Num sábado, o Grupo de Vila Franca pegou 6 toiros Norberto Pedroso à tarde na Nazaré e 3 toiros Murteira Grave à noite no Cartaxo, não tendo repetido qualquer forcado da cara nem qualquer 1º ajuda, numa grande demonstração de qualidade e disponibilidade de recursos.

Surge a época de 1981 e na Nazaré, Jorge Faria recebeu o prémio para a melhor pega e em Agosto, o Grupo participa nas 2 corridas que inauguram a praça de toiros de Aldeia da Ponte. Em Setembro, uma atuação em Vila Franca é considerada “apoteótica” pela crítica da especialidade. Foi com naturalidade que nesta época de 1981 o Grupo de Vila Franca foi premiado com o “Prémio de Imprensa”, na altura, o mais importante do panorama taurino e destinado a premiar o melhor Grupo da época.

O ano de 1982 seria a última época para o Cabo José Carlos de Matos. No Colete Encarnado, as Tertúlias vilafranquenses homenagearam o Grupo de Vila Franca, tendo sido descerrada uma placa comemorativa nas arcadas da “Palha Blanco”. Neste ano, foi formada uma comissão de honra para a comemoração dos 50 anos do Grupo de Vila Franca e em Outubro foi montada uma exposição retrospetiva do historial do Grupo e lançada uma medalha de bronze comemorativa. A Terça-Feira Noturna da Feira Anual dessa época foi a corrida de despedida para Rodrigo Pereira e para o Cabo, José Carlos de Matos.

 

Na época de 1983 surge como Cabo o Sr. João Dotti com o objetivo principal de manter o Grupo no elevado nível das épocas anteriores. Apesar de ser o mais jovem Cabo de sempre do Grupo, com os seus 20 anos, possuía, como se veio a comprovar, a maturidade suficiente para desempenhar o papel com inegável sucesso. Um conjunto de grandes forcados mais velhos, conjugado com uma “fornada” de novos valores a despontar, foram o suporte para esta tarefa. Nesse ano despede-se em Abiul o forcado João Villaverde que continuava na festa como bandarilheiro e mais tarde, também como ganadeiro. A empresa da Praça de Toiros do Campo Pequeno homenageou o Grupo com o descerrar de uma lápide comemorativa do cinquentenário da fundação do Grupo de Vila Franca. As 24 corridas e 78 toiros pegados nessa época com passagem por praças importantes como Alcochete, Vila Franca, Campo Pequeno, Moura, Nazaré, Moita do Ribatejo e Salvaterra de Magos provam que a força e o prestígio do Grupo de Vila Franca se mantinham intactos. No final do ano, a tertúlia “Os Almoçaristas” distinguiu o Grupo de Vila Franca de Xira como triunfador da temporada.

Na época seguinte, 1984, o Grupo volta a ser “puntero” com 28 corridas e 83 toiros pegados. Significativas as 6 presenças na “Palha Blanco”, 3 na Nazaré, 2 em Cascais e 1 no Campo Pequeno. Nesta época o Grupo foi galardoado pela “Casa do Forcado” de Vila Franca com o prémio de “Melhor Grupo na Palha Blanco”.

Em 1985 com o Cabo João Dotti a ter de se ausentar do país na 2ª metade da época, por motivos profissionais, o Grupo ficou temporariamente entregue ao forcado Rogério Antunes que com a ajuda de alguns elementos mais velhos leva “o barco a bom porto” até ao regresso do Cabo. O destaque maior desta época vai para a primeira e única presença no seu historial, na “Monumental de Las Ventas” em Madrid, no dia 16 de Junho. Nesta época o Grupo foi galardoado com o prémio da “Melhor Pega” da Feira Anual de Outubro em Vila Franca.

Se nas épocas anteriores o Grupo manteve um número significativo de atuações, o ano de 1986 foi a exceção à regra, visto que no final apenas contou com 16 corridas. Para tal contribuiu um litígio com a empresa que geria a “Palha Blanco”. Uma das facetas mais vincadas do Cabo João Dotti era o de marcar a posição e defender a dignidade do Forcado Amador e os interesses do Grupo de Vila Franca acima de tudo, pelo que houve algumas situações de conflito com empresas que não tratavam de modo adequado a figura do Forcado no geral e do Grupo de Vila Franca em particular.

Na época de 1987 o Grupo recuperou o ritmo de corridas das épocas anteriores. Atuou em 3 corridas nas Praças Francesas de Nimes, Lunel e St. Marie de la Mer, em 2 digressões, para além de praças mais a sul de Portugal, como Vila Real de St.º António, Beja, Vila Viçosa e Évora, onde o Grupo enfrentou o toiro mais pesado da sua história até á altura, um exemplar da Ganadaria Couto de Fornilhos que acusou na balança 715 kg. No “Coliseu Romano” de Nimes, com momentos de chuva torrencial, o Grupo de Vila Franca enfrentou um duro curro de 6 toiros com pleno sucesso. Na Moita do Ribatejo, Jorge Faria ganhou o prémio para a “Melhor Pega” da Feira Taurina da Moita tendo no final da época sido também galardoado com o prémio de “Melhor Forcado do Ano”.

Em 1988, no mês de Abril, o Grupo homenageou o único elemento fundador ainda vivo, Daniel Serafim. Uma exposição, um debate e um almoço constaram da efeméride. Em mais uma digressão a França, o Grupo voltou a St. Marie de la Mer e a Beaucaire com grande êxito em ambas as corridas. Em Agosto, no fim de semana de 6 e 7, o Grupo pegou 3 corridas, Abiul e Nazaré no sábado e um dura corrida de Coimbra Barbosa na Póvoa do Varzim, no domingo, numa corrida onde num dos toiros do Grupo de Santarém, alguns ajudas do Grupo de Vila Franca também saltaram instintivamente à praça, para ajudar o outro Grupo a consumar a pega desse dificílimo toiro que já lesionara vários forcados de Santarém nas tentativas de pega anteriores. A época não iria terminar sem a despedida do grande forcado Rogério Antunes, na Feira Anual de Outubro em Vila Franca, após pegar um toiro Ernesto de Castro. Nesta mesma feira de Outubro o Grupo obteve ainda o prémio para a “Melhor Pega” da Feira Anual. O Grupo foi ainda galardoado pela RTP com o prémio “João Moreira de Almeida” como Grupo triunfador da época e Carlos Teles “Caló” foi considerado o “Melhor Forcado” nesta temporada.

O ano de 1989 foi marcado pelo aparecimento da “peste equina” que condicionou bastante o transporte de cavalos pelo país o que se veio a manifestar no número de espetáculos e por inerência, no número de corridas do Grupo de Vila Franca. Numa corrida com toiros Mariana Passanha em Salvaterra de Magos, o primeiro toiro lesionou vários forcados e acabou por ser José Dotti à 11ª tentativa, com os forcados que ainda restavam, a resolver este complicado problema. Esta foi uma época muito dura, com corridas bastante difíceis, como em Cascais, Elvas e Coruche.

A época de 1990 também foi marcada pela fraca quantidade de atuações do Grupo de Vila Franca, em igual número do ano anterior, mas já por razões distintas. Nesta época surgiu um diferendo entre o Grupo de Vila Franca e a classe dos bandarilheiros que acabaram por vetar as corridas onde o Grupo atuasse o que originou a não contratação do Grupo em várias corridas. No concurso de ganadarias dessa época em Vila Franca de Xira, o Grupo obteve o troféu para a melhor pega do ano a um toiro Luis Passanha e despediu-se o Grande forcado Rafael Vicente “Trancas”. Em França mais duas grandes atuações, em Beziers onde se deu início a uma prolongada e salutar relação de amizade com a “Peña Taurina Emílio Oliva” e em Dax, onde numa corrida dura, a certa altura foi necessário ir buscar alguns forcados que estavam na enfermaria para ser assistidos, em estado menos grave, de modo a completar o número de forcados necessários para completar a formação que iria pegar. A questão que opunha o Grupo à classe dos bandarilheiros veio a ser resolvida após uma reunião entre o Cabo João Dotti e os representantes dos bandarilheiros, no Porto Alto já no início de 1991, ficando o problema sanado desde esse dia.

Veio a época de 1991 e as atuações voltaram a subir em número, tendo o Grupo atuado nessa época em 28 ocasiões voltando a ser “puntero”. Em Julho, houve mais uma digressão a França com excelentes atuações em Dax e Mont Marsan e uma outra a Espanha. Na Feira Anual de Outubro em Vila Franca de Xira, na Terça-Feira Noturna, João Dotti, pegou pela última vez de caras e entregou a função de Cabo ao Sr. Jorge Faria.

Na temporada de 1992, o Grupo não acusou minimamente a mudança de Cabo. Se por um lado teve desafios difíceis a cumprir, por outro, o Cabo Jorge Faria tinha herdado um Grupo completamente renovado, cheio de gente jovem mas com grande valor e bastante experiência acumulada. As duas digressões aos Açores e a França foram marcadas pelo sucesso, com 10 dos 12 toiros pegados à 1ª tentativa. Facto marcante nesta temporada foi uma grande atuação na corrida comemorativa do Centenário da Praça de Toiros do Campo Pequeno, alternando com o Grupo de Santarém, frente a um difícil curro de Infante da Câmara. Na feira de Outubro em Vila Franca, na corrida de Terça-Feira Noturna, o Grupo comemorou 60 anos e fardam-se alguns forcados já retirados. Nesta corrida, despediu-se mais um grande forcado, José Dotti que nesse dia completou a sua centésima pega de caras.

A época de 1993 iniciou-se em Olivença e terminou em Almendralejo, num total de 23 corridas e 79 toiros pegados. Na praça de toiros do Campo Pequeno, o Grupo de Vila Franca teve uma grande atuação frente a seis toiros de António José Teixeira, tendo no final de dar volta à praça com o público a aplaudir de pé. Nessa época ainda regressaria mais 2 vezes ao Campo Pequeno, na “Corrida da Rádio” em Agosto e uma outra, em Setembro numa noite “histórica” em que o Grupo dividiu com o Grupo de Santarém um curro de toiros com uma presença imponente, de Pablo Romero, que resultou triunfal. Na corrida de Terça-Feira Noturna, a despedida de um histórico do Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira, João Costa “Platanito”. Um momento verdadeiramente solene com a Banda do “Ateneu Artístico Vilafranquense”, de modo espontâneo, a tocar um passo-doble em honra a este “enorme” forcado enquanto “Platanito” com o seu caraterístico cite, consuma uma grande pega naquele que seria o toiro da sua despedida como forcado no ativo do Grupo de Vila Franca.

O ano de 1994 acabou por ser preenchido com poucas corridas, em relação ao número médio dos anos anteriores. Neste ano, o Grupo voltou à feira de Beziers em França e pegou 6 toiros de Lucien Tardieu. A época viria a terminar com uma corrida em Espanha, em Mondejar.

A época de 1995 foi uma das mais fracas em número de corridas das últimas décadas, com apenas 12 corridas no que foi um ano atípico. Ainda assim, a 1ª corrida dessa época em Vila Franca, no dia 2 de Abril, foi um marco histórico do Grupo que enfrentou em solitário um imponente curro de Infante da Câmara com toiros de 5 anos, muito peso e imenso “sentido”, cuja corrida já tinha sido adiada por duas vezes desde o ano anterior (com os inerentes enjaulamentos e transporte dos toiros entre a Praça e o campo), alcançando um memorável triunfo numa tarde de grandes pegas. No final, todo o Grupo foi aplaudido numa triunfal volta à arena.

No ano de 1996, em Salvaterra de Magos, após uma boa exibição coletiva, o Grupo venceu o troféu para o melhor Grupo em Praça. Em 9 de Setembro, após uma boa exibição no Campo Pequeno 6 dias antes, o Grupo voltou à Moita do Ribatejo para pegar um curro de Maria Guiomar Cortes Moura juntamente com os Amadores de Alcochete. Ambos os Grupos foram massacrados nessa noite pela dureza dos toiros, com ambulâncias em permanente atividade entre a Praça e o Hospital a transportar forcados lesionados. No total, nessa noite, efetuaram-se cerca de 40 tentativas para pegar os 6 toiros. A lesão de Diogo Dotti acabava por afastar irremediavelmente das arenas, este extraordinário forcado.

Na época de 1997, o primeiro momento relevante ocorreu no mês de Junho, em mais uma “Corrida da Radio Renascença” em Santarém onde Mário Rui Alves numa grande pega venceu o troféu para a “Melhor Pega”. Na “Corrida de São Pedro” em Évora com toiros da ganadaria Luis Passanha, uma boa exibição do Grupo e mais um troféu, para o “Melhor Grupo em Praça”. Na quinta-feira seguinte, boa exibição em mais uma Corrida TV no Campo Pequeno. Entre 10 e 31 de Agosto, o Grupo entrou em 12 corridas sendo 4 delas em dias seguidos e com uma nova digressão a França com mais uma atuação em Beziers. Na corrida de Setúbal, Diogo Palha consegue à primeira tentativa uma pega que valeu o premio para a “Melhor Pega da Época” naquela praça.

Chegava o ano de 1998 que seria o último ano de Jorge Faria como forcado e Cabo do Grupo de Vila Franca. Destaque para as boas exibições do Grupo na Feira de Maio na Moita do Ribatejo, na “Corrida da Radio Renascença” em Santarém e na “Corrida de São Pedro” em Évora. Nesta corrida, Hélder Nunes efetuou uma grande pega à 3ª tentativa depois de 2 enormes tentativas anteriores a um toiro Luis Passanha que o atirou para dentro das tábuas depois de derrotar todo o Grupo, em ambas as vezes. Na corrida do Colete Encarnado deste ano, o forcado Carlos Calado pegou um toiro e despediu-se do ativo como forcado. Grande exibição ocorreu também na corrida de terça-feira noturna, tanto dos forcados da cara como dos ajudas em que o grande momento da noite foi a despedida de Jorge Faria que abandonou as arenas com o sentimento do dever cumprido, ao longo de quase 20 anos dedicados ao Grupo.

O Grupo iniciou a época de 1999, já com o Sr. Diogo Palha a Cabo, no mês de Março com atuações frente a toiros sérios em Beja e Alcochete que demonstraram que a eficácia e coesão continuavam a ser as palavras de ordem. A corrida de Abiul a 7 de Agosto com toiros Paulo Caetano constituiu um grande êxito, com 6 toiros pegados à 1ª tentativa. Depois de uma digressão de grande sucesso a Lunel e Grau du Roi em França, a 13 de Agosto uma nova presença em França, na feira de Beziers. A 22 de Agosto o Grupo atua na corrida comemorativa dos 50 anos da praça de toiros de Viana do Castelo e 4 dias depois mais uma atuação de grande valor no Campo Pequeno, pegando 6 toiros Palha na corrida comemorativa dos 150 anos desta ganadaria. Na feira de Outubro em Vila Franca, na corrida de Terça-Feira Noturna, mais uma grande noite de pegas a um curro de Prudêncio, numa corrida em que se despede das arenas o forcado Paulo Paulino “Bacalhau” após 18 épocas ao serviço do Grupo de Vila Franca. A época termina com 28 corridas e 106 toiros pegados.

A temporada de 2000 foi uma época onde algumas lesões de forcados mais experientes, aliado a alguma juventude emergente no Grupo, provocaram algumas atuações desniveladas e, como tal, que o “melhor” fosse alternando com o “menos bom”. Destaques para a boa prestação na “Corrida da Radio Renascença” em Santarém a 18 de Junho, a “Corrida de São Pedro” em Évora e uma excelente prestação no Colete Encarnado de Vila Franca. A meio de Agosto, mais uma digressão do Grupo de Vila Franca a França com duas corridas bem conseguidas em Grau du Roi e Beziers. Em Setembro, na praça de Coruche, momento histórico com a 100ª pega de caras para Vasco Dotti.

Veio a época de 2001 e o Grupo foi novamente “puntero” com 30 corridas e 118 toiros pegados, com alguns números impressionantes pelo meio, como o facto de ter pegado 1 corrida de 8 toiros, 1 corrida de 5 toiros e 7 corridas de 6 toiros. A 14 de Julho um festival na “Palha Blanco” reúne dezenas de forcados antigos e atuais numa corrida onde se pegaram 8 toiros da Quinta da Foz. Na Póvoa do Varzim, Ricardo Silva “Pitó” vence o prémio para a “Melhor Pega” na Corrida TV Norte. Entre 11 e 16 de Agosto, o Grupo tem uma sequência de corridas que o obriga nalguns casos a dividir-se, culminando com 29 toiros pegados durante estes 5 dias. A 30 de Setembro um grande momento da época, durante a Corrida comemorativa do Centenário da “Palha Blanco” com a despedida das arenas do forcado Carlos Teles “Caló” no momento mais vibrante da corrida. Chegada a Terça-Feira, 9 de Outubro, o grande momento da temporada taurina nacional com a presença de 6 Miúras em Vila Franca, Numa noite inédita no panorama taurino Nacional e grandiosa para o Grupo de Vila Franca, são pegados 5 toiros à 1ª tentativa e 1 toiro à 2ª tentativa. A pega de Mário Rui Alves num dos Miúras com cerca de 600 Kg foi a pega da sua despedida das arenas. Nesta corrida, Pedro Reinhardt efetua uma pega que foi considerada a “Pega do Ano na Palha Blanco”. Carlos Silva “Carlos do Sobral” na sua época de estreia nos Amadores, rabeja de modo exemplar os 6 poderosos Miúras dessa noite. No final desta época, o Grupo entra em fase de reflexão e decide que estaria na altura de haver mudança de Cabo, o que acabou por suceder com a saída do Grupo de Diogo Palha.

Na época de 2002, na comemoração dos 70 anos de fundação do Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira, surgiu como Cabo o Sr. Vasco Dotti que através da sua experiência conseguiu manter o Grupo num bom nível apesar de enfrentar a debanda, por fatores diversos, de alguns forcados de relevo. A 16 de Agosto de 2002 na praça de toiros de Arruda dos Vinhos, o Grupo sofreu a maior tragédia da sua história quando o valoroso Forcado Ricardo Silva “Pitó”, perdeu a vida ao executar uma extraordinária pega a um toiro do Eng.º Jorge de Carvalho. Foram momentos terríveis vividos nessa noite após a tomada de conhecimento da infeliz ocorrência. No início da madrugada do dia 17 de Agosto, Ricardo Silva havia sucumbido às graves lesões internas decorrentes do embate na trincheira da praça, consumando a sua última pega de caras ao quinto toiro da noite. Após este trágico acidente o Grupo entrou num período de luto em que suspendeu a atividade que foi posteriormente retomada com 2 boas atuações em Coruche e Portalegre. A época seria encerrada com um sentido “Festival de Homenagem Póstuma” ao grande forcado e amigo Ricardo Silva “Pitó”, onde os forcados antigos compareceram em força e assumiram a responsabilidade de se colocar à frente de toiros, numa tarde muito dura mas de grande sentimento.

Em 2003 o Grupo volta a ter de efetuar alguma renovação nos seus elementos, devido à saída prematura e inesperada de alguns elementos, alternando atuações de boa qualidade com outras, onde a aposta em muitos elementos jovens não teve resultados positivos no imediato. Com o apoio incondicional dos forcados mais experientes, esta atitude viria a ser recompensada nos anos seguintes. A época iniciou-se ainda em Dezembro de 2002 com uma digressão ao México que teve um sucesso acima das expetativas, para participar em 2 corridas, Mazatlán e Jalpa. A “cantera” dos Juvenis produz alguns forcados que são lançados no Grupo principal, onde 70% dos forcados tinham 3 ou menos épocas como forcados no ativo. 

Na época de 2004, em Julho, há uma nova digressão aos Açores, desta vez à Ilha de São Jorge onde o Grupo pega 2 corridas nas Festas de Velas, retribuindo com boas atuações o grande acolhimento que foi dado a todo o Grupo. Na feira de Outubro, a corrida de Terça-Feira Noturna teve como momento alto a pega e consequente despedida das arenas do grande forcado Guilherme Borba “Manucho”. Nesta época o Grupo de Vila Franca volta a ser “puntero” em número de atuações, pegando em 26 espetáculos e contabilizando 83 toiros pegados.

Na época 2005, em Julho, mais uma digressão de grande sucesso, dentro e fora da praça, aos Açores (São Jorge) onde se pegaram mais duas corridas nos festejos de Velas. Em mais uma corrida concurso de ganadarias na tradicional Terça-Feira Noturna, o Grupo teve uma boa atuação pegando todos os 6 toiros á 1ª tentativa e tendo-se despedido o forcado Ricardo Belchior “Sevilha”. A 20 de Outubro realizou-se na “Palha Blanco” um festival de homenagem a João Diogo Villaverde, com antigos e atuais forcados do Grupo de Vila Franca fardados numa justa e sentida homenagem. Esta época de 2005 foi encerrada com mais uma digressão ao México.

Na época de 2006 o Grupo atuou na corrida da reinauguração do renovado Campo Pequeno, onde regressou a 3 de Agosto e passeia classe perante um curro de António José Teixeira. A 27 de Agosto, Paulo Conceição conquistou o troféu para a melhor pega na praça de toiros da Póvoa do Varzim, o mesmo sucedendo com Ricardo Patusco na corrida seguinte, 9 de Setembro na Nazaré. O Grupo conseguiu chegar à Feira de Outubro em grande forma, brilhando na 1ª Corrida, diante de mais um curro de Miúra que regressava a Vila Franca.

O ano de 2007 foi preenchido por um numeroso conjunto de eventos alusivos às comemorações das “Bodas de Diamante” do Grupo. A abertura do “site” oficial na Internet, a reinauguração da “Casa dos Forcados Amadores de Vila Franca de Xira” com um conjunto de melhoramentos substancial, uma grandiosa Gala que serviu para comemorar os 75 anos de historial do Grupo, onde foram homenageadas 75 personalidades ou instituições direta ou indiretamente ligadas ao Grupo. Em Maio, a Câmara local homenageia o Grupo com a inauguração do “Monumento ao Forcado” junto à “Palha Blanco”, em Julho, agregando-se às comemorações dos 75 anos do Colete Encarnado, abre na Patriarcal uma exposição retrospetiva dos “75 anos de Fundação do Grupo de Vila Franca” e o Grupo homenageou o falecido forcado Ricardo Silva “Pitó” com um mausoléu em sua honra e memória, no cemitério de Vila Franca de Xira. Também a nível de atuações, esta foi uma época repleta de grandes êxitos, já que o Grupo de Vila Franca foi novamente “puntero”. A 10 de Março, a época abriu na “Palha Blanco” com um festival misto de comemoração dos 75 anos com antigos e atuais forcados em praça. Em Vila Franca, na corrida de inauguração do “Monumento ao Forcado”, a dureza de um toiro Infante da Câmara lesionou o forcado Carlos Carvalho “BauBau” que, mercê da gravidade desta lesão, acabou por abandonar o ativo como forcado. Na Feira de Maio na Azambuja, o Grupo conquistou o troféu para o “Melhor Grupo em Praça”. Chega a feira de Outubro em Vila Franca e no dia 5, a corrida comemorativa dos 75 anos de fundação com a presença de antigos e atuais forcados que envergaram a jaqueta deste Grupo, com pegas duras na maioria. Nesta época, o Grupo foi consagrado como “Triunfador da Temporada” pelo jornal “Olé” que também galardoou Ricardo Patusco como “Forcado do Ano”. A Escola de Toureio de Almeirim considerou o Grupo de Vila Franca como o “Grupo Triunfador” e ainda o “Latínissimo Clube” galardoou o Grupo como o “Melhor Grupo da Época” ex-áqueo com o Grupo de Santarém. Facto de relevo no final desta época, o Grupo de Vila franco na celebração dos seus 75 anos de fundação, esteve ligado a 75 eventos alusivos às comemorações. Numa temporada “histórica”, foram pegadas 35 corridas num total de 113 toiros pegados.

Na época 2008,no Montijo, o forcado Márcio Francisco conquistou o prémio para a “Melhor Pega” da noite e em Reguengos de Monsaraz, com toiros Murteira Grave, grande exibição coletiva e a pega do forcado Pedro Castelo também é considerado a “Melhor Pega” dessa tarde pelo júri. Em 2 de Outubro, corrida de “Gala à Antiga Portuguesa” no encerramento da temporada no Campo Pequeno ocorre o grande momento da época e certamente um dos maiores das últimas décadas. Uma pega “monumental” através do Márcio Francisco a um toiro manso de Pégoras com 598 Kg. Um toiro “sem pega” conforme os comentadores da RTP 1 que transmitia a corrida em direto e que levantou literalmente o Campo Pequeno numa enorme e demorada ovação. No final da época, por sugestão do programa Arte e Emoção da RTP 2, juntou-se um conjunto de críticos da comunicação social taurina especializada de âmbito nacional, para atribuir os “Troféus Tauromaquia” com o objetivo de galardoar os triunfadores da temporada 2008 em Portugal, tendo o forcado Márcio Francisco ganho o prémio de “Forcado do Ano”. O Clube Taurino Vilafranquense atribuiu um troféu a Márcio Francisco relativo à “Melhor Pega da Época na Palha Blanco” pelo seu desempenho na última pega da terça-feira noturna, num toiro Vale do Sorraia.

Chega a época 2009. Em Coruche, o Grupo de Vila Franca pegou a 45ª Corrida TV e em Abiul, o Cabo Vasco Dotti efetuou uma grande pega, após ser homenageado no centro da arena num bonito tributo prestada pela Junta de Freguesia local. A 13 de Setembro, a Família Ribeiro Telles homenageou o Grande Forcado João Costa “Platanito” na praça de toiros de Vila Viçosa, onde alguns antigos forcados do Grupo de Vila Franca se juntaram aos atuais para pegar os 6 toiros de David Ribeiro Telles. No dia 6 de Outubro, na corrida de Terça-Feira Noturna da Feira Anual de Outubro em Vila Franca de Xira, com toiros Quinta da Foz, ocorreu mais uma passagem de testemunho e um novo virar de página do Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira. O Cabo Vasco Dotti efetuou a sua pega de despedida como forcado no ativo e a partir deste momento, a chefia do Grupo de Vila Franca estava entregue ao seu 17º Cabo, o Sr. Ricardo Castelo.

2010 Seria o primeiro ano de Cabo de Ricardo Castelo. A corrida de Maio em Vila Franca, com um difícil curro de Vale do Sorraia foi o lançamento definitivo para o resto dessa época, fruto de exibição bastante consistente. No Colete Encarnado em Vila Franca, uma corrida bastante séria e dura de Oliveira e Irmãos. Todo o Grupo teve de se empregar para efetuar as 4 boas pegas dessa tarde. Em Setembro, ocorre uma digressão inédita para o Grupo de Vila Franca, que pela primeira vez atua na Califórnia. No regresso, mais uma grande noite caraterística do Grupo de Vila franca que sempre “cresceu” nos grandes momentos. Um curro de Campos Peña, com uma média de pesos bem superior a 600 kg e as boas prestações de todo o Grupo, coroaram mais um triunfo numa noite para “forcados”. Chegou a corrida de Terça-Feira Noturna da Feira Anual de Outubro em Vila Franca com o momento da noite a ser a despedida, após pegar o 4º toiro da corrida, da ganadaria Jorge de Carvalho, do forcado Luis Santos “Cagaréu”.

Foi com uma corrida séria de Canas Vigouroux que abriu a temporada em Maio de 2011 na Palha Blanco e a confirmação da qualidade exibicional foi demonstrada nas 2 corridas seguintes, na Marinha Grande, frente a toiros Palha, com Rui Graça receber o prémio da “Melhor Pega” e no início de Junho no Campo Pequeno, com toiros Pinto Barreiros. A 25 de Junho em Torres Vedras, Diogo Pereira “Ruço” vence o prémio para a “Melhor Pega” numa corrida com toiros Canas Vigouroux e em Julho, 2 boas corridas pelo Colete Encarnado e uma grande lição de valentia do Grupo de Juvenis comandados pelo experiente “Professor” Pedro Dotti, na Garraiada da Sardinha Assada perante toiros com presença para qualquer Grupo de forcados sénior. Na Corrida de sexta-feira da Feira Anual de Outubro, pegou-se um curro muito sério de Manuel Coimbra com grande exibição para o Grupo de Vila Franca e o destaque maior para a enorme pega do forcado Pedro Castelo, naquele que foi certamente o momento “alto” da temporada na “Palha Blanco”. Na corrida de Terça-Feira Noturna, 3 toiros Miúra e 3 toiros Palha, a “Palha Blanco” esgotou ao fim de 19 anos e ocorre mais uma grande demonstração de classe em praça, por parte do Grupo de Vila Franca. Após o encerramento da época, foram várias as distinções de que o Grupo foi alvo, nomeadamente o site taurino “Naturales-Tauromaquia” e o programa radiofónico da RDP Internacional “O Triunfo da Festa”, elegendo o Grupo como “Triunfador da Temporada”. O Clube Taurino Vilafranquense que considerou a pega de Pedro Castelo em Outubro como a “Melhor Pega da Época na Palha Blanco” e atribuiu um “Reconhecimento Especial” ao Grupo pelas 2 grandes atuações da feira de Outubro, na praça Vilafranquense.

O ano de 2012 é de celebração dos 80 anos de Fundação do Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira. Em 1 de abril decorreu um Festival na Palha Blanco comemorativo dos 80 anos de Fundação do Grupo que contou com a presença em praça de 74 forcados, entre atuais e antigos. No dia 6 de maio na “Palha Blanco”, o Grupo de Vila Franca tem mais uma exibição “épica” contra 3 poderosos toiros Canas Vigouroux. No final do mês de junho, foi inaugurada no Museu Municipal de Vila Franca de Xira, uma exposição intitulada “80 anos do Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira”. A época prossegue com exibições muito positivas, destaque para as corridas de domingo de “Colete Encarnado” em Vila Franca, corrida “Correio da Manhã” no Campo Pequeno, Salvaterra de Magos, Nazaré e Abiul. Em 16 de agosto na Arruda dos Vinhos, efetuou-se uma corrida de Homenagem ao forcado Ricardo Silva “Pitó”, na passagem do 10º aniversário do momento mais triste da História do Grupo de Vila Franca. A 20 do mesmo mês, o Grupo de Vila Franca voltou a enfrentar, em Samora Correia a dureza de mais um manso poderoso de Canas Vigouroux que deixou vários forcados lesionados. No mês de Outubro, o Grupo de Vila Franca em colaboração com a Câmara Municipal de Vila Franca lança o livro “80 anos da Fundação do Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira”. Na Terça-Feira Noturna desta época, Diogo Pereira “Ruço” abandona o ativo como forcado do Grupo de Vila Franca. O Grupo foi alvo de inúmeras homenagens e prémios neste final de temporada, nomeadamente, os sites “Naturales-Tauromaquia” e “Farpas Blogue”, os programas radiofónicos “Três Tércios” da “Radio Portalegre” e o “Triunfo da Festa” da “RDP Internacional”, as tertúlias ” Alhandra a Toureira”, “Tertúlia Taurina do Rio Tejo”, a decana “Os Almoçaristas” e o ” Retiro Taurino”, além dos clubes “Clube Taurino Vilafranquense” e “Real Clube Tauromáquico Português”, com prémios de triunfadores da temporada para o Grupo e individuais, para pegas de excelência de Ricardo Castelo e Pedro Castelo. Por fim, o blogue “Forcado Amador” promoveu uma votação envolvendo 34 cabos de grupos de forcados focada na nomeação para várias categorias, tendo o grupo de Vila Franca sido contemplado com 2 distinções, o de melhor rabejador atribuído a Carlos Silva (“Carlos do Sobral”) e o de melhor Grupo da temporada.

No primeiro mês de 2013, uma triste ocorrência marcou profundamente todo o Grupo. O falecimento da Madrinha Dnª. Maria Victória Lourenço Lopes, um momento de grande pesar que levava desta vida uma Grande Senhora e tudo o que representava para a vivência do Grupo de Vila Franca. A temporada iniciou-se de feição com boas atuações na abertura do Campo Pequeno, concurso de ganadarias em Vila Franca e Feira de Maio na Moita do Ribatejo. Em Alcácer do Sal, o Grupo sentiu a dureza de um curro de “Monteviejo” (Patas Blancas) mas logo em Salvaterra de Magos, com toiros Palha, Bruno Casquinha vence o prémio para a “Melhor Pega” e no Campo Pequeno, mais uma exibição consistente frente a um curro de Canas Vigouroux. A corrida de Terça-Feira Noturna foi apoteótica para o cavaleiro António Ribeiro Telles, lidando 6 toiros em solitário com o Grupo de Vila Franca a abrilhantar uma grande noite. Foi mais um final de época que contou com várias distinções, prémios individuais e coletivos. Realce para o blog “Forcado Amador” que voltou a promover a votação envolvendo 34 cabos de grupos de forcados, tendo o grupo de Vila Franca sido contemplado novamente com as distinções de melhor rabejador para Carlos Silva (“Carlos do Sobral”) e de melhor grupo do ano na época 2013.

2014 Iniciou-se de feição com Rui Godinho a vencer o prémio para a “Melhor Pega” na Corrida do Tomate em Salvaterra de Magos. Grandes tardes de pegas frente a curros de Veiga Teixeira em Vila Franca e Varela Crujo em Alcácer do Sal, onde João Villaverde vence o prémio para a “Melhor Pega”. No Colete Encarnado, mais uma extraordinária exibição com poderosos toiros de David Ribeiro Telles e a época prossegue com um êxito no Campo Pequeno diante de toiros Cunhal Patrício, tarde dura em Abiúl com um curro de António Silva e jornadas de grande sucesso novamente no Campo Pequeno e Coruche. Na feira anual de Vila Franca, na Terça-Feira Noturna, uma última pega para despedida do grande forcado João Pedro Bento “Petróleo” após 22 épocas ao serviço do Grupo. Mais uma vez o blog “Forcado Amador” promoveu a votação envolvendo 34 cabos de grupos de forcados na nomeação para várias categorias e o Grupo de Vila Franca foi novamente contemplado com 2 distinções, a votação para melhor rabejador, através de Carlos Silva (“Carlos do Sobral”) e a distinção de melhor grupo da temporada 2014, ambas as distinções pela 3ª vez consecutiva, desta vez empatando com o Grupo de Montemor como “Grupo do Ano”.

Na temporada 2015, o Grupo atua em Maio na Palha Blanco e demonstra que continua a atravessar um excelente momento com uma prestação de grande competência frente a um curro sério de Veiga Teixeira conquistando o “Prémio João Diogo Villaverde” para a “Melhor Grupo em Praça”. Nas Caldas da Rainha, o Grupo enfrenta um duro curro de António Silva e vence as dificuldades com grande estoicismo de todos os elementos. Em Ferrel, numa corrida que o Grupo pegava 6 toiros em solitário, fica a nota de um dos toiros ter fugido da arena para o exterior da Praça e antes que algum problema grave ocorresse, os elementos do Grupo apressaram-se a ir pegar o toiro fora da Praça, devolvendo-o à arena. Em Coruche, já em Setembro, o Grupo esteve imponente diante de poderosos toiros de Veiga Teixeira, numa corrida emocionante, para “Forcados”. A corrida de Outubro da Terça-Feira Noturna em Vila Franca foi a digna “Noite de Exaltação ao Forcado” com que é apelidada. Nessa noite ocorreu a despedida de 2 grandes forcados com longas carreiras de sucesso no Grupo, após pegarem os seus toiros, Pedro Castelo e Bruno Casquinha e o Grupo esteve digno do momento em competência e valentia.

Na época 2016 sucede um dos mais esperados momentos dos últimos anos com o regresso ao Campo Pequeno para pegar em solitário uma corrida de 6 toiros, com um curro Canas Vigouroux, numa noite em que o Grupo de Vila Franca demonstrou uma maturidade e competência notáveis de todos os elementos chamados a atuar. No Colete Encarnado de Vila Franca, o extraordinário forcado Ricardo Patusco pega um toiro e despede-se, com uma carreira longa e cheia de grandes momentos, sempre no Grupo de Vila Franca. A corrida de homenagem ao Pitó é efetuada em Alcochete numa noite de grandes pegas frente a um poderoso curro de Canas Vigouroux. As corridas da Feira de Vila Franca são o digno corolário de uma temporada muito bem conseguida, através de 2 grandes atuações. Na corrida de Terça-Feira Noturna, após pegar um toiro, despede-se mais um grande forcado, Emanuel Matos “Manu”. No final desta época, o Grupo é distinguido com vários troféus e homenagens, entre os quais o “Grupo triunfador da época 2016 no Campo Pequeno” pelo site “FarpasBlogue” em conjunto com o restaurante “Volapié” e o site “Naturales” assim como a “Tertúlia Festa Brava” da Azambuja consideraram o Grupo de Vila Franca como “Grupo de Forcados triunfador da temporada 2016”. Apesar de atravessar um profundo processo de renovação de forcados, o Grupo de Vila Franca consegue manter inalterados os elevados níveis de atuação.

A temporada de 2017, iniciou-se no mês de maio na Palha Blanco, numa corrida Concurso de Ganadarias bastante séria, onde se pegaram os três toiros ao primeiro intento e com boas prestações nas ajudas. Um mês depois, o Grupo atuou (passados 25 anos), na Feira Taurina das Sanjoaninas, numa digressão que contou com a presença de bastantes Antigos Forcados. Seguiu-se o Colete Encarnado, com toiros de David Ribeiro Telles, com uma boa atuação onde foram caras os jovens Vasco Pereira e Francisco Faria. Foram várias as corridas durante os meses de julho e agosto, tais como Vinhais, Caldas da Rainha, Arruda dos Vinhos e Moura (com a pega ao célebre toiro de Monte Cadema, com o Grupo em peso para conseguir parar a força que parecia infindável, após duas tentativas de cernelha e seis de caras. Na feira de outubro, despediu-se mais um Forcado da geração, o Tiago Oliveira “Salsa”, onde se lidaram três toiros de Passanha e três toiros de Santa Maria. Durante o defeso, foi altura de reuniões e de reflexões, com o intuito da transição de Cabo. A escolha do sucessor foi realizada em meados de novembro, sendo apontada a data de sucessão oficial para a 3ª-Feira Noturna do ano seguinte.

O ano 2018, ficou marcado por um menor número de corridas do que o habitual, contudo marcando presença numa das corridas mais relevantes da temporada, a corrida transmitida pela TVI no Campo Pequeno, com três excelentes pegas por intermédio de Vasco Pereira, Francisco Faria e Márcio Francisco. Na Feira de outubro, uma corrida que ficou gravada na História dos Forcados e na Tauromaquia Nacional, o mano-a-mano do Mestre António Ribeiro Telles e o Rejoneador Diego Ventura, frente a um curro de distintas ganadarias, para a assinalável data de mudança de Cabo do Grupo. Foi um tremendo êxito a corrida, com a lotação esgotada. Ricardo Castelo pegou o primeiro toiro (efetivando a mudança de Cabo com a entrega da jaqueta) seguido do novo Cabo Vasco Pereira, Francisco Faria, David Moreira, Márcio Francisco (que se despediu das arenas, acarinhado pelo público com duas voltas à arena) e Rui Godinho.

Um novo ano se iniciou e a temporada de 2019 destacou-se pelo Grupo de Vila Franca ser “puntero no escalafon” das corridas efetuadas, contando com 17 atuações. Começou com a corrida na Feira de São José em Santarém com toiros de Cunhal Patrício, organizada pela Associação Praça Maior, um festival taurino na Palha Blanco e a abertura do Campo Pequeno com toiros de Dr. António Silva. Este início ficou marcado por três lesões, de três Forcados, que infelizmente acontece no decorrer desta atividade. Contudo, os três já se encontravam fardados na Corrida de Domingo de Colete Encardo. Esta tradicional data, ficou assinalada por uma dura corrida de São Torcato. Seguiram-se corridas em Salvaterra de Magos (com uma extraordinária pega de João Luz a um toiro de Alves Inácio), Nazaré (corrida televisionada com toiros de Pinto Barreiros e Arruda dos Vinhos (onde o Grupo recebeu o prémio de melhor Grupo em Praça e de Melhor Pega por intermédio da pega de David Moreira “Canário” a um toiro do Eng.º Jorge de Carvalho. Chegou a feira de outubro, com a marcante despedida do 2ª-Ajuda André Matos, pegando um toiro de caras, numa corrida de toiros de Passanha. Pessoa de um trato fácil e de máxima entrega ao Grupo, contando com várias ajudas de elevada qualidade durante o seu percurso enquanto Forcado do Grupo de Vila Franca.

O ano 2020 iniciou-se com três treinos até ao aparecimento da pandemia com impacto a nível mundial, não sendo exceção a Tauromaquia Nacional. A paragem foi obrigatória para todos, durante largos meses, surgindo com o anúncio de um imponente curro de toiros vindo da Galeana para o Campo Pequeno a 6 de agosto. Prepararam-se dois treinos no Alentejo, para voltar a haver contacto e permitir o encontro dos elementos atuais, após um período de confinamento. Os intervenientes nesta noite foram o Cabo Vasco Pereira, o David Moreira e Rui Godinho, numa noite fria do ponto de vista taurino e com muitas restrições. Destaca-se, o facto dos Grupos intervenientes não poderem assistir à lide/pega dos toiros que não lhes tocavam em sorte. Seguiu-se uma corrida televisionada em meados de setembro, na praça de toiros de Almeirim, pegando Guilherme Dotti, Pedro Silva e Rui Godinho. Em outubro, foi possível (face às restrições) efetuar as corridas de Domingo de Feira e a Tradicional Terça-Feira Noturna. O Grupo de Juvenis efetuou duas novilhas, na Palha Blanco, pegando um total de quatro novilhos. Neste ano, o Grupo voltou a ser o que mais atuou. Nessa fase, foi exigida aos elementos atuais, a realização de testes COVID, com uma semana de antecedência da Corrida, passando mais tarde a ser na véspera. Mais uma despedida, na noite de Exaltação ao Forcado Vilafranquense, onde pegou o seu último toiro como Forcado no ativo, o Rui Godinho. Três duras tentativas ao quinto da ordem, um toiro reservado e sobrado de forças, que proporcionou o momento alto da noite. Destacou-se pela segurança e técnica na arte de pegar toiros, atingindo um patamar de excelência. O Grupo nesta noite encerrou-se frente a 6 Palhas.

Com bastantes menos restrições, decorreu a temporada 2021, com aumento do número de corridas efetuadas e com uma aposta em jovens valores que vinham a despontar do Grupo de Juvenis. Duas corridas anunciadas, para início de temporada na Palha Blanco, à sexta-feira a tarde com toiros de Herdeiros de Dr. António Silva e no sábado à tarde com Veiga Teixeira. Duplo desafio, com as corridas “esgotadas” para a capacidade à altura imposta (30% de lotação). Voltou a não haver corrida de Domingo de Colete Encarnado, retomando as atuações do Grupo no mês de agosto com uma série de corridas, passando por Alcochete, Abiul, Figueira da Foz, Moura e Sobral de Monte Agraço. Em outubro, um compromisso anunciado com alguns meses de antecedência, a comemoração do 120º Aniversário da praça de toiros Palha Blanco e a Tradicional Corrida de Exaltação ao Forcado Vilafranquense. O Grupo deu uma resposta competente face ao desafio da corrida de Palha, abrindo com o Cabo Vasco Pereira, seguindo-se Guilherme Dotti e João Matos. Na 3ª-Feira Noturna, uma corrida de concurso de ganadarias, contando com uma boa atuação e de realçar a despedida do ajuda Ivo Carvalho. No fim-de-semana seguinte, o Grupo de Juvenis encerrou-se com 6 novilhos de três anos de idade, de Canas Vigouroux, onde devido ao decréscimo acentuado do número de espetáculos a nível nacional, se impede de dar as devidas oportunidades aos jovens, para demonstrarem o seu valor e vontade de ingressar no Grupo de Amadores.

Na temporada de 2022 assinalaram-se os 90 Anos de Fundação do Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira. Iniciou-se com os habituais treinos preparativos dos elementos que se encontram na atualidade, mas também com um treino de antigos/atuais com o olhar posto no Festival de Aniversário do Grupo agendado para o final da temporada. O treino de antigos/atuais realizou-se na Praça de Toiros Palha Blanco, seguindo-se um almoço nas arcadas da praça. Neste dia, oficializou-se a nomeação da Exma. Senhora Maria José Garcia, como Madrinha do Grupo de Forcados de Vila Franca. Cerimónia simples, mas carregada de simbolismo, contando com vários discursos emotivos. Os números da temporada quanto a atuações do Grupo Amador (17 espetáculos) e Grupo de Juvenis (7 espetáculos), fazendo um total de 74 pegas neste ano. No capítulo dos Amadores, iniciou-se com dois festivais taurinos e um duplo desafio na Palha Blanco, com toiros de Castro e Vinhas. O Colete Encarnado de praça cheia, contou com quatro boas pegas a toiros de Canas Vigouroux e mais uma despedida, desta vez o Forcado David Moreira “Canário”, terminou a sua carreira, brindando ao Grupo. O decorrer da temporada permitiu a consolidação de algum talento e falta de oportunidades que tem vindo a ser crítico para esta geração de Forcados. Assinalou-se os 20 anos da partida do nosso Amigo Ricardo Silva “Pitó” com a celebração de uma Missa na Igreja de Nossa Srª da Salvação e atuação do Grupo na corrida de toiros, em Arruda dos Vinhos. Destaque para a temporada do Forcado João Maria Santos, nesta época em que teve um papel fundamental como 1º-Ajuda, fazendo um total de 24 intervenções. Para rematar a temporada comemorativa, o Grupo foi chamado à responsabilidade pegando 14 toiros em apenas 6 dias (entre a Corrida de Aniversário da Praça de Toiros Palha Blanco, Évora, 3ª-Feira Noturna e uma Corrida Mista esgotada em Vila Franca). A despedida do Rabejador Carlos Silva “Paneco” foi um dos atrativos da Corrida de 3ª-Feira Noturna. Forcado com uma enorme longevidade no ativo (22 épocas), de enorme entrega e humildade, marcou a arte de bem rabejar os toiros. Infelizmente, o Festival Comemorativo do 90º Aniversário de Fundação do Grupo de Vila Franca de Xira, não foi possível de se realizar na data inicial, sendo reagendado para o início da temporada seguinte: 26 de março de 2023.

Marcou o início oficial da temporada 2023, um Festival de sete toiros, com excelente ambiente e a praça muito bem composta, no qual se fardaram 104 Forcados. Reviveram-se tempos passados com velhas glórias da Forcadagem novamente fardados, tendo alguns executado as pegas de cara, as ajudas e também a rabejar, os toiros da Ganadaria Paulo Caetano. Cumpriu-se uma temporada muito consistente ao nível das atuações, contando com uma grande pega de Lucas Gonçalves em Samora Correia, a presença na Feira da Moita, tendo sido o ponto alto, a Corrida de Alternativa do nosso Amigo António Ribeiro Telles, com o Campo Pequeno esgotado e perante um forte curro de toiros de David Ribeiro Telles. Curiosamente, o Grupo de Vila Franca tinha pegado há 40 anos a alternativa do seu pai, o Maestro António Ribeiro Telles. No final da temporada, novo conjunto de desafios, o de pegar 10 toiros no espaço de 5 dias em Vila Franca de Xira, com o Grupo a dar uma resposta cabal no seu conjunto. Os toiros foram pegados por intermédio de Rodrigo Andrade, Rafael Plácido, Vasco Carvalho, Guilherme Dotti, Lucas Gonçalves e pelo Cabo Vasco Pereira. Nas ajudas, destaque para o momento de Diogo Duarte e de Rodrigo Dotti, e nas segundas ajudas, Rodrigo Teles.



No final de cada ano, tem-se mantido a Tradicional Peregrinação ao Santuário de Fátima, como forma de Agradecimento e Confraternização entre os elementos atuais (e antigos), marcando o final de mais uma temporada.

 

São muitas alegrias, afinal de contas, muitos anos de história, em que se levou o nome de Vila Franca a toda a parte do pais e ao estrangeiro. Certamente que a vida do grupo vai continuar por muitos anos, sempre com o mesmo aprumo e galhardia, para seu bem e a bem da festa em Portugal. Sem querer enaltecer este ou aquele forcado, tratando-se de tantos e tão bons, tivemos sim a intenção de relatar alguns aspetos coletivos e a boa forma do grupo nos seus mais de 90 anos de vida, tendo atuado em perto de 1.000 corridas e efetuado, cerca de 4.000 pegas.

Ao terminar dizemos bem alto: Vivam os Forcados de PortugalVivam os Forcados de Vila Franca de Xira.