São 75 anos de pura entrega, de estóica representatividade vila-franquense e do seu nobre concelho
Foram, 75 as instituições e personalidades nomeadas – uma relativa a cada ano – que quiseram de modo tão ufano homenagear quantos forcados, ao longo de todos aqueles anos, prestigiar a célebre jaqueta de ramagens e calção de anta das nossas cores.
E assim, decorreram as Bodas de Diamante, e se viu a dinâmica que caracteriza o Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira.
No auditório do Ateneu Artístico Vilafranquense, na noite de 3 de Março passado, deu-se largas ao evento quiçá, mais ansiado do divicioso programa que o aplicado se propôs festejar ao longo do ano de 2007.
Houve muito “glamour”, e muitas foram as emoções.
Naquela bonita e útil sala, predestinada à cultura, compareceram gratas figuras da nossa bem-aventurada sociedade, as quais, devidamente reconhecidas em comissão de honra, a quem, se juntaram forcados e outros aficionados em geral, onde, se incluía uma numerosa e elegante representação feminina, que nestas coisas, sempre dá mais cor, à cor que a vida tem.
O jovem casal, José Manuel e Susana Simões Santos foram os responsáveis pela locução, logo, é bom elevar o meritório desempenho daqueles simpáticos apresentadores pois, a prestação não lhes poderia sair mais favorável.
Todos os referidos comissários; trinta responsáveis pelas instituições e as restantes individualidades, terão sido contemplados em palco com um escaminho contendo uma medalha, uma brochura, um diploma, todos relativos ao aniversário e ainda, um prospecto de seda alusivo ao festival taurino misto que celebrou a data e que, haveria de decorrer no dia imediatamente a seguir.
Conviver com tanta gente interessante, foi bom!
Eles eram: edis, sacerdotes, autoridades oficiais, administradores, directivos e associativos, responsáveis por praças de toiros, cavaleiros tauromáquicos, matadores, bandarilheiros, forcados, críticos taurinos, médicos, enfermeiros, maqueiros, bombeiros, pintores, escultores, escritores, presidentes, tertulianos e outros.
A maioria das 75 pessoas convidadas a subir ao palco quiseram considerar o evento, agradecendo, no entanto, houve oratórias com mais ênfase, como no caso: os Presidentes do Concelho de Vila Franca, Maria da Luz Rosinha; das Juntas de Freguesia local e do Forte da Casa, respectivamente, José Fidalgo e António José Inácio; do Ateneu Artístico Vilafranquense, João Barroca; do União Desportivo Vilafranquense, Pedrosa; Padres, Vítor e Melícias; Provedor da Santa Casa de Misericórdia, Comandante Caetano Dias; Ex-Vice-Governador do Distrito de Lisboa, Machado Lourenço; a mascote e Madrinha do Grupo de Forcados, Maria Vitória e claro, o anfitrião e Cabo do Grupo, Vasco Dotti.
Da locução, ainda se ouviu muito oportunamente recordar os originais forcados da terra, os de 1932 e que já não existem, ainda recordou os saudosos e antigos cabos: Joaquim Franco, Joaquim Vieira, Carlos Silva, António Bordalo da Costa Porto, Vítor Singéis e Vítor Santos porém, terão sido gravemente sentidos e recordados: Ricardo Silva “Pitó”, o que nos deixou inesperadamente, terá sido vitimado brutalmente num infeliz acidente em plena actuação na arena da praça de toiros de Arruda dos Vinhos; de uma forma análoga, mas num invulgar acidente rodoviário-ferroviário pareceu outro amigo, o empresário, o ganadeiro, o bandarilheiro, o picador, o cavaleiro e antigo forcado do grupo em causa. A falta é grande, os seus entes queridos decerto, sentirão uma profunda tristeza pelas suas ausências, mas nós também, juramos! Todos os desaparecidos que algum dia incorporou o grupo persistirão para sempre nas nossas memórias com tanta saudade, que nos desfaz a alma.
Foi este plangente acto muito comovido de facto, exaustivamente aplaudido, até!
A noite além de inesquecível, nada teve de fastidiosa, por contrário, foi maravilhosa e de facto, uma verdadeira exaltação à memória e à história.
A gala teve o seu “terminus” com fado, folclore, danças de salão, “flamenco” e por fim, a banda do Ateneu Artístico vilafranquense no desempenho de alto nível com a interpretação do famoso “pasedoble” “La Puerta Grande”.
A dominância do grupo no decorrer dos 7 decénios e 1 lustro tem sido notável, a raça que tão gloriosamente vem demonstrando e se afirmando na já longa história de Vila Franca e do próprio país taurino, não poderá ser esquecida por quem de direito. É impensável não recordar os destacados feitos por essas arenas mundiais, o prestígio adquirido em quaisquer locais que se entenda a matéria taurina e a não olvidar a força colectiva que os une; são protagonistas de uma geração aberta mas, carregada de magnificente valor, qual discípulos de Zenão: frontais e resolutos como convêm.
Pois, vamos então pôr os olhos no poder organizativo e na perfulgência daqueles distinguidos e actuais pegadores de toiros que um dia, hão-de contemplar com deleite os seus descendentes, tanto, quanto nos encantamos hoje, por eles.
Jesus Lourenço