
Em Samora Correia o Grupo de Vila Franca de Xira teve a honra de colaborar numa corrida de homenagem póstuma a um grande aficionado que alguns de nós tivemos o privilégio de acompanhar durante alguns anos no ativo como forcado do Grupo de Vila Franca de Xira, o grande Rafael Trancas.
Muitas palavras elogiosas poderão ser ditas para definir o Trancas (como era tratado por nós) como forcado, mas certamente serão sempre escassas pela dimensão e importância que ele teve nos anos em que representou o Grupo. Era uma Força da Natureza, transpirava valentia e dava-nos uma segurança enorme tê-lo ao nosso lado porque sabíamos que se houvesse um problema para resolver, ele estava ali e resolvia! Forcados destes são eternos e não são fáceis de classificar, tornam-se lendas. Da geração atual, já nenhum elemento o acompanhou como forcado mas certamente todos sentiram a importância do momento e tentaram honrar da melhor maneira o espírito e a responsabilidade que marcou esta corrida.
Perante uma praça cheia e um curro de Prudêncio algo disperso no que toca a bravura e também de presença, o Cabo deu oportunidades e se não foi uma exibição de encher o olho, foi certamente produtiva no que toca a ganho de experiência e aprendizagem com os necessários “erros de juventude” dos caras, corrigíveis, com os ajudas a funcionarem muito bem sempre que o toiro entrou pelo Grupo.
O Guilherme Dotti pegou à 2ª tentativa, com segurança e bem fechado num toiro que fugiu ao Grupo que acabou por recuperar bastante bem e fechar uma bela pega desta jovem promessa.
O David Moreira “Canário” sentiu o temperamento e a velocidade de um toiro que reunia forte e teve de estar perfeito para se fechar numa 3ª tentativa que contou com uma participação muito empenhada de todo o Grupo que teve de se esmerar até às terceiras (exemplares) para parar a locomotiva.
Por fim o Gonçalo Filipe à 1ª tentativa, pese embora alguma contemplação excessiva em detrimento de escassa provocação ao toiro, resolveu a sua pega numa córnea bem conseguida e contou mais uma vez com uma colaboração muito eficaz de todo o Grupo que esteve à altura nos momentos decisivos.
Infelizmente vivemos tempos em que na tauromaquia Nacional, a meritocracia tem sido maioritariamente ultrapassada por fatores menos (ou mesmo nada) éticos e faltam corridas ao Grupo de Vila Franca para dar mais experiência e um maior traquejo em praça a esta emergente geração de futuros bons forcados que desponta no Grupo de Vila Franca.
Paulo Paulino “Bacalhau“