Uma corrida com sabor a pouco


No domingo, 6 de outubro, um curro de Palhas estava agendado para a tradicional corrida mista de domingo de feira, na Palha Blanco. O Grupo de Vila Franca, era suposto ir enfrentar 3 dos 7 Palhas e deste modo efetuar o ensaio para a sua grande corrida de cada temporada, a Terça-Feira noturna. Com boa temperatura e uma praça com bom ambiente e acima dos dois terços de lotação preenchida, nada faria prever o que viria a suceder no decorrer desta corrida. O homenageado da tarde, o maestro Vilafranquense José Júlio não pode estar presente por motivos de saúde, delegando no seu sobrinho David Antunes e no seu irmão Dário Venâncio os agradecimentos da homenagem.

O primeiro toiro da tarde, anunciado com 580 kg, alto, com boa córnea e feio de estampa, mas com uma presença de respeito, foi sendo lidado a duo pelos cavaleiros Rouxinol pai e filho até ao fatídico momento em que um desajeitado “remolhão” de capote vindo do interior da trincheira o fez investir com violência na mesma e partir o piton esquerdo. Há atitudes infelizes que estragam festas e esta foi uma delas. Como manda (e bem) o regulamento, o toiro recolheu aos currais sem a lide terminar e sem a pega ser tentada. Este gesto foi unanimemente reprovado pelo público e talvez sirva de lição a futuras atitudes menos refletidas deste tipo.

Após o intervalo, retomou-se a lide equestre e saiu um toiro anunciado com 535 kg, bonitas hechuras, bastante transmissão e sempre em crescendo à medida que a lide decorria. Até que ocorreu mais um infeliz momento, desta vez sem qualquer intervenção externa, em que se lesionou na mão direita e apesar de se ter tentado perceber se era devido a uma qualquer cãibra, acabou por se revelar uma lesão irreversível. Como tal, mais um toiro recolhido aos currais sem hipótese de ser tentada a pega. A tarde não estava de feição para os amantes do toureio equestre e da pega.

Saiu por fim o quinto toiro da tarde, com 515 kg, sem muita presença e sem a força dos que anteriormente se haviam inutilizado, mas com algum temperamento. Para a cara deste toiro, o forcado eleito para o pegar foi o João Luz. Esteve sereno e com figura no cite, mandou bem na investida do toiro mas não esteve completamente correto a receber ao adiantar-se ligeiramente, o que por norma um toiro Palha não perdoa, tal como desta vez. Na segunda tentativa, o João voltou a estar sem mácula à frente do toiro, voltando a mandar numa investida alegre que desta vez foi corretamente recebida e mesmo o facto de o toiro fugir para a direita do Grupo com o forcado da cara bem fechado, não foi motivo para que as ajudas não tivessem sido corretas e a entrada do resto do Grupo se efetuasse com oportunidade.

Assim se passou esta tarde de domingo de feira, curta de pegas por motivos diversos.

Paulo Paulino “Bacalhau”

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