Noite fria em São Cristóvão, contrariando a tendência da época para o local, mas nem por isso o recinto das festas estava menos composto, aqui e acolá com umas pernas mais “despidas”, a demonstrar que a temperatura mais amena não era problema de maior. Foi com este calor humano que ocupava cerca de “meia casa forte” que se iniciou a função em praça por parte do Grupo de Vila Franca que regressava a São Cristóvão, 19 anos depois da sua anterior atuação nesta localidade.
O primeiro forcado a atuar na cara dum toiro, algo escorrido de carnes, tal como os restantes da ganadaria Gregório Oliveira, foi Pedro Henriques. Não esteve brilhante, talvez a tentar acompanhar a já referida temperatura, tardando a entrar em terrenos adversos e recebendo com pouca perfeição, algo que repetiu nas 2 tentativas iniciais. Na terceira tentativa, já se reconheceu o Pedro que sabe pegar e que resolveu bem a questão, aproveitando desta vez uma investida já não tão tardia e contando com boa ajuda do “Manú” que foi bem secundado pelo resto do Grupo.
O quarto toiro da noite serviu para o Bruno Casquinha “rodar” a sua qualidade como forcado da cara, elegante no cite, correto a carregar e cumprindo dentro do que lhe é habitual a nível de eficácia a receber o toiro, suportando sem problema o derrote inicial que acabou por ser a maior dificuldade que sentiu nesta pega. Destaque para a boa exibição dos terceiras ajudas nesta pega.
O sexto e último toiro da noite, oriundo da ganadaria José Dias, teve como forcado da cara o João Matos “Menica”. Na primeira tentativa, fruto da sua ainda pouca experiência, acabou por perder o controle da situação quando o toiro ensarilhou em terrenos que não lhe são muito familiares e fruto da “falta de toiro”, acabou por sair derrotado. Na segunda tentativa, o João acabou por efetuar uma pega de muito boa nota, já a aproveitar o facto de o toiro ter saído mais franco na investida e aguentou ainda um derrote inicial até à chegada das ajudas que resolveram com brilhantismo o papel que lhes cabia, com os terceiras novamente em destaque.
Finda a corrida que correu bem ao Grupo de Montemor, com especial destaque para a bela pega do João Braga, rumámos novamente para a festa onde nos esperava um repasto “meio a correr” que a hora era tardia e havia corrida na tarde seguinte. Ainda assim, tempo para apreciar algumas paisagens naturais do local e de dar uns sopros no “balão” que nos aguardava à entrada de Montemor, mas sem nada a destacar de relevante neste particular visto que não houve tempo para mais e a corrida do dia seguinte ajudou a controlar.
Paulo Paulino