Todas à primeira, incluindo a francesa


A manhã é solarenga e promete calor e o grupo todo – ou quase todo, o Nuno Vassalo está onde? E o Bacalhau? (por a sua ausência calhou-me fazer desajeitadamente o que o Paulo domina) – ruma para o Alentejo para mais um treino, desta vez na herdade da Madalena, convidados gentilmente pelo ganadero, o Senhor Vasco Taborda.

Ao chegar, notamos que a brisa é do mar atlântico e não do mediterrâneo como costuma ser no Alentejo. Mas é brisa muito boa e agradecida quando se treina porque não se sente o frio, nem o medo. Apôs um cálido recebimento do filho do ganadero e do lindo neto de dois anitos, ambos chamados Salvador, demos começo ao treino. Desde já, muito agradecidos aos ganaderos porque nos reservaram nos curros quatro fabulosas vacas, bravas, com trapio, aquilo não era refugo (nem pelo tipo, nem pela classe) e nobres, condição da melhor bravura. O cabo Ricardo Castelo referiu ter sido este um treino muito bom para ganhar confiança. E fácil, na opinião do elemento mais novo que foi à cara, o Diogo Vilaverde.

A primeira vaca
Abriu o treino a dar primeiras ajudas o Ivo e à cara o Francisco Faria. A seguir o Rui Godinho, o Ricardo Castelo e o Pedro. A vaca era muito nobre, repetia e repetia…até parecìa fácil a ponto de saltar valente ao redondel para dar a ultima pega à vaca, uma espontânea, a menina Ophélie Gasset, amigos franceses do Carlos Sobral que lá estavam.

A segunda vaca
Bonita, uma estampa, mais séria e descarada, parecia não ter vergonha. Foi dar primeiras ajudas o Tavares e à cara o Menica, muito bem tendo voltado para outra tentativa “para ganhar calma” disse-lhe o cabo. A vaca era alta e altiva mais não abundava em força. Foi a seguir o António Faria e o João Vilaverde. Seguiram-se mais pegas e para finalizar o Vasco Pereira rabejou com muita arte sem soltar o rabo e com pirueta incluída. Alguém deu a ideia para fazer sempre assim, talvez seja uma mais valia?

A terceira vaca
A primeira ajuda foi do Murta e foi à cara o Ricardo Patusco que disse muito surpreendido que não ia abrir uma vaca desde o 2007! Reparem que isto é um “eterno retorno” nunca se sabe. Como o ruedo, a vida tende a mostrar-se em círculos que se fecham que finalizam e que recomeçam pelo que é preciso estar sempre preparado, para o que der e vier.
Esta vaca era castanha e cadenciada na investida, Foram à cara todos os forcados titulares e não titulares; até foi o Caló, aos 50 anos e a vaca em pontas, porque não foram emboladas. Alguém no público presente disse ao Carlos “outra vez!” mas ele expeditivo respondeu: “mais uma não…..”. A esta vaca foi ainda o Diogo Vilaverde que mostrou maneiras e como já disse, o mais novo dos que lá estavam sem contarmos com o José Maria Petróleo.

A quarta vaca
A dar primeiras ajudas o Zé Francisco Pereira e à cara o António Faria. A vaca faz coisas estranhas e apôs alguma outra tentativa pareceu que não vinha bem, pelo que não forçámos. O que vimos claro foi ir beber umas minis e almoçar. A seguir, um pouco de guitarra e cante do Filipe Inox que alem ir à cara na vaca, eficaz, encarou muito bem a guitarra e as canções, grande domínio do Pablo Alborán de Vila Franca!

Regressámos do Alentejo contentes e animados. E animados quer dizer – além de contentes -, em movimento, como as nuvens no céu do Alentejo neste dia, suaves sem estridências. Animado também significa ânimo, alma para ser e estar na praça, na vida e no que quer dizer estar e ser Forcado no Grupo de Vila Franca de Xira. Vem aí uma animada a época! Sorte!

Texto e fotos: Maria José Garcia

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