Teve lugar no domingo 7 de maio a tradicional corrida concurso de ganadarias do 1º domingo de maio. Aspeto desolador nas bancadas com cerca de um terço de casa preenchidos, muito pouco para uma tarde que estava especialmente apetecível para ir aos toiros. Para além dos prémios de bravura e de apresentação para as ganadarias representadas disputarem, também estava em disputa o troféu João Diogo Villaverde para o grupo de forcados que obtivesse a melhor atuação nesta corrida.
Saiu à praça, o 1º toiro, de Passanha Sobral, cinco anos de idade, 510 Kg de peso, castanho, com excelente presença e que cedo mostrou a extrema seriedade. Marcou como seus os terrenos nos médios e por vezes encetava pequenas arrancadas ao cavalo, investidas pouco convictas e sempre a medir distâncias.
Para a pega deste sério toiro, a cargo do Grupo de Vila Franca, foi escalado para a cara o Rui Godinho. Com um cite sereno e concentrado, mandou no momento certo e foi com um temple muito bem conseguido que retirou a “mangada” que se adivinhava na reunião. Foi na zona de eleição do toiro, logo após os médios que esta pega se decidiu com entrada bastante oportuna e eficaz dos ajudas, através duma bem montada “teia” que conseguiu vencer já perto das tábuas a forte mas infrutífera oposição do toiro.
O terceiro toiro da tarde era de Branco Núncio, com 575 Kg. alto, negro de pelagem, forte presença mas com uma córnea baixel e curta. O toiro prometeu muito nos momentos iniciais da lide mas este fulgor inicial foi-se desvanecendo, passou a andarilho e na fase final da lide já “mandava” da arena.
O Grupo de Vila Franca saltou para a pega e na cara, Vasco Pereira. Após um merecidíssimo brinde à nossa grande amiga, Exª Srª Paula Villaverde, o Vasquinho deu cátedra na pega, tão extraordinária que foi. Perfeitamente compenetrado no cite, sereno, mandou no toiro no momento certo quando este já abandonava os terrenos ideais, aguentou a investida para permitir fixar o toiro que saiu algo solto, recuou o necessário, recebeu aguentando um forte derrote para o ar e trancou-se numa viagem veloz, grupo dentro até às tábuas. O grupo teve dificuldade em controlar os pitons do toiro, com a já referida córnea caída a dificultar, mas quando toiro e Vasco saíram do meio do grupo, vinha o José Francisco Pereira perfeitamente enganchado num piton e a compor o cara, tornando-se fundamental antes da chegada do resto do grupo que deste modo fechou a pega com sucesso. O rabejador Carlos Silva esteve imponente no remate desta pega. Na volta, o público exigiu a presença do irmão José Francisco junto ao Vasco nos merecidos agradecimentos.
O quinto toiro a sair à praça era um Sommer de Andrade, negro bragado meano com 500 Kg. Toiro pouco comunicou durante a lide do cavaleiro e na linha dos restantes, aparentava seriedade.
Para fechar a atuação desta tarde, o grupo de Vila Franca de Xira escalou o forcado Márcio Francisco para esta pegar de caras, regresso ao ativo que se saúda deste grande forcado. O Márcio Francisco esteve igual a si próprio. Com o seu inegável conhecimento dos terrenos e dos tempos a aplicar, mandou vir o toiro de meia praça aproveitando uma investida bastante franca, aguentou e recuou o estritamente necessário, recebendo exemplarmente o toiro e “trancou-se” para não mais sair da córnea. A viagem levou toiro e forcado para dentro do grupo onde, junto às tábuas, conseguiu livrar-se de todos menos do Márcio, do Diogo Duarte e do rabejador Carlos Silva que conseguiram conter a fuga do toiro ao grupo até à chegada do resto do grupo que nesse momento acabou por vencer esta dura batalha. Na merecida volta, o publico a exigir a presença do Diogo Duarte e do Carlos Silva (“Carlos do Sobral”) a acompanhar o Márcio.
No final, o prémio João Diogo Villaverde que premiava a atuação do melhor grupo de forcados em praça, foi entregue sem qualquer contestação e com justiça ao grupo de Vila Franca de Xira, pese embora a também muito boa e competente prestação do Grupo de Alcochete com quem alternava nesta corrida.
Paulo Paulino “Bacalhau”