Silvas não facilitaram em Abiul


Abiul, 14 de Agosto, lotação esgotada para a última corrida da feira taurina desta simpática localidade. Um curro imponente de António Silva aguardava o Grupo de Vila Franca. Gostaria de narrar mais um dos grandes e inúmeros triunfos com que o Grupo tem brindado as gentes de Abiul ao longo de décadas de atuações nesta acolhedora praça, mas infelizmente não foi o caso desta vez. Terá sido a atuação menos conseguida da época, mas nem por isso o Grupo saiu envergonhado e os fatores que contribuíram para este não sucesso, acabam por fazer parte da evolução de um Grupo de forcados que dá alguma primazia à necessária renovação. Uns dias ganham-se apostas e oportunidades e noutros perdem-se, são regras básicas no crescimento dos forcados, não é nenhum drama.

No 2º toiro da noite, saiu o David Moreira “Canário” como forcado da cara para a primeira atuação do Grupo nesta noite. 595 kg de toiro que pesaram para um forcado que está numa transição de nível na sua formação como forcado e não deixará de o estar apenas por as coisas não terem corrido bem desta vez. Esteve francamente mal a receber nas 2 tentativas iniciais o que forçou o Grupo a não facilitar mais, reduzindo as distâncias e depois de uma 3ª tentativa muito dura que já entrou no Grupo que não foi eficaz, houve ainda necessidade de recorrer a uma 4ª tentativa, desta vez com sucesso e também com dureza. Após a 2ª tentativa o toiro aprendeu tudo o que precisava e houve que puxar pela raça dos forcados em praça para parar a locomotiva.

Para o 4º toiro da noite, com 590 kg o escolhido foi o Bruno Casquinha. Na 1ª tentativa foi brindado com uma entrada do toiro com um piton que foi o suficiente para criar o insucesso. Na 2º tentativa, O toiro entrou bruto com o Casquinha bem fechado e foi espalhando ajudas pelo caminho até à entrada do Carlos Oliveira, que nas 3ªs deu uma ajuda imprescindível para o sucesso desta pega. Nota muito positiva para este forcado que também havia estado muito oportuno na pega anterior. O Casquinha esteve valente e muito concentrado nesta sua atuação.

Para a última lide da noite, saiu um toiro com 560 kg e praticamente zero de visão. Seria de todo útil ter-se detetado esta deficiência ainda nos curros da praça, mas se o foi, não houve repercussões já que o toiro saiu para ser lidado. O Rui Godinho foi eleito para pegar de caras este toiro quase invisual e esteve muito bem nas 2 tentativas necessárias para o pegar. Se na 1ª o toiro lhe deu com um piton num dos movimentos que fez para tentar perceber de onde vinha a voz do forcado, na 2ª o Rui falou ainda mais e isso talvez tenha permitido uma entrada mais limpa do toiro com o Rui muito bem fechado e o Grupo a cumprir o que se lhe exigia, fechando muito bem apesar da rota irregular que o toiro seguiu após a reunião.

Noite fora foi Abiul no seu melhor com o bailarico mais “in” do interior e onde foram postas em prática metódicas coreografias ao som dos melhores “entertainers do musicall” da zona centro e arredores.

Paulo Paulino “Bacalhau”

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