Orgulho em ser (de) vocês…


É com muita honra que aceito o convite do grupo de Vila Franca para escrever algumas palavras sobre a corrida da passada Sexta-Feira 4 de agosto em Salvaterra, mas também um pouco a medo, visto que nunca é fácil ser imparcial ou crítico, quando o que estamos a analisar nos toca tão fundo e, ao mesmo tempo, assumimos que o nosso conhecimento da matéria é muito inferior ao dos protagonistas em questão.

Acompanhar o Grupo de Vila Franca é sempre uma enorme satisfação, aumentada tanto mais quanto as coisas vos correm de feição na arena. Nesta data, pode dizer-se que talvez tenha faltado aquela “estrelinha” para que se concretizasse uma actuação ao nível extraordinário que é vosso apanágio. Não significa isto que não tenham correspondido por inteiro aos vossos pergaminhos, mas tão só que excelência absoluta é aquilo que todos esperam, pelo simples motivo de que é aquilo a que felizmente nos têm habituado.

Abriu praça o Rui Godinho, um forcado que admiro cada vez mais, e que se enfrentou a um toiro com poder e que saiu descomposto à primeira tentativa, com a agravante de ensarilhar, impossibilitando por completo a reunião. À segunda, regresso à normalidade, com tudo a funcionar na perfeição, optando por encurtar um pouco mais os terrenos e recuar o mínimo indispensável, com valentia, evitando que o toiro se perdesse na viagem, recebendo toda a força do impacto e contando depois com duas magníficas ajudas do João Maria e do Bernardo, obviamente com a colaboração do habitual bloco do Grupo de Vila Franca.

Seguiu-se-lhe o Casquinha, no pegão da noite, frente a outro “Palha” que se arrancou com um poder e um galope fenomenal e que, embora mantendo-se sensivelmente no seu caminho, atingiu uma velocidade imensa, levando a um violento embate nas tábuas e aí sim, vendo-se impedido de continuar a desenfreada correria, demonstrando toda a sua casta em dois ou três violentos derrotes. Imponente o Casquinha, na decisão e vontade de ficar e mais uma vez imensos de valentia os ajudas, com destaque para as impressionantes intervenções do Ivo e do Petróleo, numa verdadeira lição do que é “esquecer o amor ao pelo”, para dar tudo em prol do companheiro e da concretização da pega, que resultou extraordinária, tal como merecia Mário Marques, esse grande senhor do Grupo de Vila Franca a quem foi brindada.

Para finalizar a noite do Grupo, saltou à praça o Pedro Castelo, que não foi feliz na sua primeira tentativa, ao não conseguir receber a investida, face aquilo que me pareceu ser um ligeiro estranho do toiro no momento da reunião. Emendou da melhor maneira ao segundo intento, com o toiro a descair para o lado e a fugir a todo o grupo, exceto ao “Manu” que se trancou com a sua habitual vontade e extraordinária técnica e não consentiu mais veleidades ao bruto. Com os restantes ajudas a recuperar rapidamente posição, estava consumada mais uma excelente prestação do Grupo de Vila Franca, e os sorrisos de orelha a orelha ainda na cara do toiro deixavam antever o espírito de uma missão (muito bem) cumprida. Nota de destaque para o curro vindo da Herdade da Adema, que se apresentou na generalidade com aquilo que se pede ou deveria pedir a todo e a qualquer Toiro: presença, casta e emoção!

Para finalizar, foi para mim um grande prazer e alegria poder participar uma vez mais num daqueles jantares que tornam o ambiente no seio deste Grupo tão único e especial. E foi lá, vivendo aquele clima espectacular e recordando também os enormes e inultrapassáveis forcados que todos vocês são em Praça, que me ocorreu o título deste texto. Não tenho o orgulho de SER VOCÊS, de partilhar um lugar na trincheira, envergando a nossa inimitável jaqueta e de juntos irmos ao toiro, dando tudo por tudo (É provavelmente a única mágoa da minha vida) … Esse orgulho só a vós vos cabe e só vocês o merecem. Mas tenho e terei sempre o maior orgulho, honra e privilégio em SER DE VOCÊS, acompanhando-vos onde me for possível e levando-vos no coração, onde quer que esteja! Muito obrigado por me acolherem e pela oportunidade de me deixarem partilhar estas breves palavras.

PELO GRUPO DE VILA FRANCA, VENHA VINHO!

Diogo Câncio “Che”

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