O Colete Encarnado 2011 na 1ª pessoa


Por muitos “Coletes” que viva, continuo a achar que não há 2 iguais e quero continuar assim, a ir ao Colete Encarnado e a viver do mesmo modo a mais castiça e vibrante festa do Ribatejo.

Nesta sexta feira de Colete, dia 1, havia um ingrediente que não é hábito constar da “ementa”, a 1ª Corrida das Tertúlias que mal nos deu tempo de olhar de soslaio para a espera de touros do fim de tarde, jantar e abrir as hostilidades neste eterno reencontro entre os bons amigos que grande parte dos anos apenas encontramos nesta ocasião, as primeiras investidas aos balcões em busca de cerveja e óbviamente a caminhada para a Palha Blanco para a corrida que até tinha honras de transmissão televisiva. Não foi “pêra doce” ludibriar a vigilância dos porteiros para trazer umas “ampolas” de whisky (sempre necessárias não fosse a temperatura esfriar), mas o Caló tem esse pequeno grande dom de conseguir o que não se pensa ser possível no imediato com as costas guardadas pelo Vasco Dotti, o Manucho e o Ricardo “Sevilha”, claro está.

Houve ambiente, houve bonitos toiros (menos bravura que o esperado em 2 ou 3 deles) mas o espectáculo resultou. O Grupo esteve ao nível do exigido, com uma bela abertura de praça do Ricardo Castelo, um belo fecho de actuação do Marcio Francisco e pelo meio, uma volta por dar do Diogo Pereira “Ruço” que não entendeu objectivamente o toiro mas o facto de não ter dado brilho a uma pega que resultou à 1ª tentativa, tal como as restantes do Grupo, devería ter ido à praça e escutado o que o público exigisse, se a saída da praça, se apenas um agradecimento ou a volta, merecida apesar de tudo. Os ajudas, como este eno sempre tem acontecido, fabulosos.

Preocupante mesmo era o facto de as ampolas de whisky já terem acabado, recorremos então à cerveja. Isto de ver uma corrida num camarote dá mais sede que na bancada.

Bom, a corrida lá terminou e a festa ficou ao rubro a partir daí. Muita comida, muita bebida, muitas “pegas” de bastidor, muita bebida, muita musica, muita bebida, muita cara bonita, muita bebida… até de dia, ao que parece. Uma passagem final na tertúlia Ramboia para apreciar aquela obra de arte que o Che e companhia lá construiram.

Sábado, dia 2. O temivel sábado de Colete Encarnado, com a não menos temível noite da “Sardinha Assada” no horizonte. Espera de toiros pela tarde e o habitual, conversa, bebida, mais amigos a chegar, mais bebida, sessão contínua para o jantar (mais ou menos isso…) e ida para a tertúlia onde se conversou e bebeu (só um pouco) já que num instante estavam os Juvenis a sair fardados para a praça e não fosse a garraiada começar sem nós, fomos de “reboque” com uma ou outra paragem pelo meio para “abastecer”. Chegados à praça, dei por mim novamente no malvado camarote que dá sede, mas nesta noite não é de bom tom investir muito tempo em procurar lugar disponível, definitivamente, não há muito para escolher e resignei-me à minha “má” sorte.

Dos cavaleiros e do bezerrista não me recordar de muitos pormenores, andei algo “desatento”, confesso, mas dos touros (sim, não vou chamar novilhos aqueles animais que saíram acima dos 500 kg) e das grandes pegas que nos foram proporcionadas pelos miudos, disso recordo-me. Cheira-me que perante “novilhos” daqueles, havería muitos bons grupos de “séniores” que iríam sentir algumas dificuldades em resolver os problemas. Estiveram enormes, o Faria (filho de peixe…), o Bernardo, o Godinho, o Ivo, o PJ, o Doutor, perdoem-me os restantes, não vou referir mais nomes senão alongo demais esta prosa. Parabéns, com uns Juvenis destes estamos garantidos por mais uns anos. Voltei a ver um Vilaverde a bater palmas a um novilho e a pegar, foi um grande momento nesta noite.

O toiro dos curiosios lá saiu no final de tudo para dar umas “vassouradas” e a certa altura como já me doiam as pernas de subir e descer escadas para ir ao bar. calculei (em boa hora pois parece que acertei) que a noite ía prosseguir com aquele ritmo infernal em estado líquido, algures por Vila Franca inteiro com especial incidência na tertúlia dos Forcados. A certa altura, entre uma cerveja e outra, perde-se alguma noção do tempo, nunca percebi bem como nem porquê nestes anos todos, mas sei que entretanto vou ter à cama e depois acordo quase sempre a horas tardias e com algum peso na parte superior do corpo, vulgarmente chamada “cabeça” que me impossibilita momentâneamente de ter sede ou fome, mas um dia hei-de perceber a razão disto ocorrer nestes termos.

Já era Domingo de Colete Encarnado e faltava pouco para a última corrida da Feira. Como eu já esperava, sentado na bancada e longe daquele malfadado camarote quase não me deu a sede. Boa companhia na corrida, não é todos os dias que tenho o previlégio de assistir aos toiros ao lado do Joaquim “Sevilha”. Olé Joaquim!

Já apreciei o curro de Oliveiras, mansos e longe da presença esperada onde apenas destaco pouco mais de 2 toiros a cumprir. Não acho que aquele 1º toiro que saiu ao Nuno Casquinha merecesse dar volta, talvez um aplauso fosse suficiente. As pegas do Grupo foram ao nível das anteriores, bem pegados e ajudados superiormente. Destaco pela positiva o Graça que este ano está tudo menos irregular, um forcado confiado é outra história. Bem o Casquinha e o Patusco em pegas onde faltou toiro para tanto forcado.

Faltava o Jantar no “Forno”. Épico! Atrevo-me a dizer que deve ter sido um dos melhores jantares de há uns anos de Colete Encarnado e não só. Muita gente importante do nosso Grupo com intervenções interessantíssimas e a dar alguma sede também. O Luis Fialho Rico apareceu em boa hora e brindou-nos com a sua simpatia inigualável. Olé Luis!

Por fim, lá fomos “limpar” o que restava de barril de cerveja na tertúlia e quando demos por nós tinha acabado o Colete Encarnado 2011.. fechámos a festa e fomos embora.

Até ao Colete Encarnado 2012.

Paulo Paulino “Bacalhau”

Galeria: Domingo de Colete Encarnado 2011
Galeria: 1ª Corrida das Tertúlias – Colete Encarnado 2011

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