Na generosidade do Douro, recriando o futuro


Nove anos depois, voltámos a ser felizes onde já o havíamos sido. A Quinta do Monte Bravo em Ervedosa do Douro, reduto da família Rodrigues desta vez com o incansável Francisco (filho) no comando das operações, cicerone que domina a arte de bem receber como só alguns eleitos o fazem, abriu as suas portas ao Grupo de Vila Franca proporcionando aos felizes eleitos que compareceram um intenso fim de semana que teve uma “cereja no topo”, a corrida em São João da Pesqueira.

Num sábado quente, entre excursões a chegar, um almoço em “família” na Ervedosa, saltos para água e sesta retemperadora para alguns, a noite caiu e com ela o calor teimava em não abrandar, o que não deve ter sido fácil para quem se apertava na farda de forcado. Paciência (e sobretudo gosto), havia que cumprir a função honrando a jaqueta, respeitando os toiros e o público e de preferência, dando o espetáculo que os forcados deste Grupo tão bem interpretam em cada atuação.

Perante uma praça “à pinha” de um público “híper” entusiasta e uma iluminação espantosa para o que estamos habituados a ver em praças desmontáveis, os novilhos foram à medida para rodar alguns “meninos” desta nova e emergente geração de Forcados. Houve transmissão, mobilidade e nobreza, servindo perfeitamente para o pretendido, nunca descurando a necessária concentração que é sempre necessária nestas situações e evitando assim alguma dose de maior facilitismo que pudesse comprometer a imagem de classe e valor do Grupo.

O João Matos “Menica” regressou à cara de um toiro, após um interlúdio de um par de anos e em boa hora o fez, já que se notou não ter perdido as suas boas qualidades de forcado da cara numa boa pega à primeira e que teve um Grupo à altura nas ajudas, para um novilho que veio pronto e entrou com algum “gaz”.

O Rafael Plácido estreou-se a pegar de caras pelo Grupo principal e numa boa segunda tentativa em que o toiro se parou a rodar e a tentar livrar-se do forcado da cara, soube aguentar bem as dificuldades, aguardando pela recuperação do Grupo e mostrando que alguma “precipitação” na tentativa inicial se ficou a dever pura e simplesmente a algum nervoso, quiçá, acusando a responsabilidade do momento.

A fechar a atuação do Grupo, o Diogo Conde foi o forcado da cara, efetuou um merecido brinde ao nosso amigo Francisco Rodrigues e mostrou porque as oportunidades lhe continuam a surgir por diante já que esteve extraordinário em todos os aspetos e viu-se que apesar do novilho “guerrear”, havia forcado a mais para as dificuldades criadas, numa boa primeira tentativa, bem ajudado e imagine-se… com destaque para uma boa intervenção a ajudar do João Matos “Menica” que até ia como rabejador para este novilho.

Depois do sucesso obtido em praça, com caras e ajudas jovens a mostrar que o futuro do Grupo continua a ser construído nos mesmos alicerces de juventude, talento e valor que sempre caraterizaram as suas várias gerações, a última parte da corrida foi uma verdadeira festa, num rodízio de sonho e “líquidos” à beira da piscina, salpicado com momentos de verdadeira magia musical não fosse este um Grupo com uma tão extrema diversidade de talentos vocais, sobretudo quando rompe a aurora…

Adeus Monte Bravo, um “até outro dia” que certamente virá e à família Rodrigues, com destaque para o Francisquinho, um obrigado do tamanho da aficion deste Grupo.

Paulo Paulino “Bacalhau”

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