Mais uma conquista, para a ‘aficion’ portuguesa


Realizou-se na passada sexta-feira, dia três de Agosto, uma agradável corrida de toiros à portuguesa, pelas 22 horas. O cartel, esteve disposto, da seguinte forma: Joaquim Bastinhas, Vítor Ribeiro e a jovem promessa, o amador Tiago Carreiras.

Seis Conde de Murça, quatro com cinco anos de idade e dois de quatro anos. A média de peso era de 490kg. As pegas estiveram a cargo dos grupos de forcados de Vila Franca de Xira e Alter do Chão; capitaneados respectivamente por Vasco Dotti e João José Saramago. Foi com agradável surpresa que assistimos a uma entrada de gente, que quase esgotou a lotação da praça, ficando esta, em três quartos fortes.

Primeiro toiro, o de menor porte, quatro anos de idade, apresentou-se ligeiramente diminuído, dado ao facto de ter estado muito tempo enjaulado. Situação que as entidades responsáveis, têm que rever. Este antagonista, de pelagem diferente (quase colorau/cor de tijolo), deu sinais de bravura, vindo a cumprir de menos a mais. Joaquim Bastinhas, que no seu ar peculiar, desenvolveu uma lide a gosto do público. Apercebendo-se da condição do toiro, aliviou a sorte e terminou como é seu jeito, com o público em pé a pedir mais um ferro.

Segundo toiro, cinco anos de idade, puro negrão, um toiro de boa presença, foi muito bem entendido pelo cavaleiro, Vítor Ribeiro, que desenvolveu uma lide interessante. Destacando-se um ferro curto, de grande emoção.

O terceiro da ordem coube à jovem promessa. Talvez acusando alguma responsabilidade, pelo facto de se apresentar pela primeira vez de casaca e tricórnio com duas figuras consagradas do toureio, a jovem promessa; entrou nervoso, mas rapidamente lhe surgiu a sua intuição, que lhe permitiu demonstrar, toda a sua potencialidade. Cravando ferros ao estribo, de poder a poder, pisando terrenos de compromisso, de onde sobressaiu uma montada, de grande categoria, que deliciou o mais pormenorizado aficionado. Coube-lhe um toiro sério, muito bem apresentado e que deu uma lide que proporcionou ao jovem, um perfume agradável. O quarto da ordem, um negrão respeitável, cuja presença impressionou o público, dando uma lide do melhor e mais alegre, por parte de Joaquim Bastinhas, que nos vem vindo a habituar, com a sua saída de praça apeada, deixando a montada sair e ficando a agradecer no meio da arena, com o público ao rubro.

Quinto toiro, a exemplo dos outros negrões, com um sentido sério, deu uma lide a gosto do cavaleiro, deixando ferros, para todos os gostos. Sexto e último toiro, um toiro muito cornalão, alto e comprido, deu uma lide fantástica, ao jovem Tiago carreiras, que ao se aperceber da bravura do antagonista, ofereceu à aficion penichense, uma lide de grande recorte técnico e de emoção, levando desta forma o triunfo para o seu currículo. Parabéns, Tiago Carreiras.

Quanto aos forcados, tiveram uma noite de grande brilhantismo executando pegas de grande dificuldade mas com uma eficiência que dispensa comentários. Pelo grupo de Vila franca, pegou o primeiro toiro, o forcado de caras Diogo Pereira, um toiro simples, mas inteiro. O segundo do grupo, terceiro da corrida era muito distraído, mas graças à capacidade do forcado de caras Márcio Francisco, que lhe soube encher a cara, concretizou-se mais uma pega, ao primeiro intento. O quinto, ou seja, o terceiro; tinha uma investida incorreta, pois era reparado de vista e avançava o piton esquerdo, mas a pega concretizou-se à segunda tentativa, com o forcado Bruno Casquinha. O grupo de Vila Franca demonstra um grande nível de formação e nobreza, um grande grupo.

Por Alter, demonstraram que afinal existem grupos de forcados jovens, que passeiam pela via da maturidade com dignidade.

O segundo toiro da corrida, primeiro do grupo, não continha poder atlético, contribuindo para que a pega se concretiza-se ao segundo intento, por Zé Alexandre.

O quarto da corrida, segundo da mocidade, foi na perspectiva do público o toiro para forcados. Pujante, nobre e veloz. A pega concretizou-se ao segundo intento, por respeito ao público. Pois efectuada a primeira tentativa, o grupo estava reunido com o toiro, à excepção do forcado da cara, que apenas vinha agarrado à barbela. Henrique Magalhães, efectuou a pega e ganhou o respeito do público. O sexto da corrida, terceiro do grupo, continha um sabor especial, foi dedicado ao grupo de Vila Franca, por Bruno Palmeiro, pelos seus 75 anos e ao falecido Ricardo, antigo membro do grupo. A pega concretizou-se ao primeiro intento.

Partilhar:

Facebook
Twitter
LinkedIn