Jantar de Gala do Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira


Pela primeira vez fui convidado para um Jantar de Gala do G.F.A.V.F.Xira. Conhecendo-o à quase setenta anos, acompanhei todos os seus bons e menos bons momentos. No entanto  raramente tive ocasião de lhe mostrar a simpatia que sempre me despertou. Só uma vez me apareceu oportunidade para o demonstrar. Quando do acontecido a Ricardo Silva, o “Pitó”. Senti profundamente essa tragédia – a morte de um Forcado em resultado de uma pega, emociona-me sempre. Escrevi então a este propósito, uma sentida crónica. Tive agora uma segunda oportunidade e, felizmente, em circunstâncias bem diferentes.

Atualmente, não me identificando em exclusivo com nenhum grupo, aprecio de forma identica a atuação de todos. É a pega, o desempenho dos forcados que me interessa. A voluntariedade que demonstram, o seu querer, espírito de luta, garra e poder de braços. 

Porém  uma pega não é um ato solitário. São oito elementos (às vezes………..) que a realizam. Por isso, é na coesão, entreajuda,  solidariedade, exigida na sua execução, que está o maior valor  de um GRUPO DE FORCADOS. O de Vila Franca está a ser, um bom exemplo de tal facto.

Acompanhando-o quase do começo da sua formação, posso dizer que conheci os inúmeros bons forcados que ao longo dos anos foi tendo. Contudo, muitas vezes, surgiram em anos diferentes, o que levou a que o grupo, como normalmente acontece a qualquer outro, nem sempre estivesse ao nível do seu prestígio. Sem no entanto, deixar de estar entre os primeiros.Mas se isso sucedia era devido, em grande parte, aos valores individuais que o formavam.

Presentemente porém, embora  com forcados de nível semelhante aos melhores que tem tido, não é neles que reside a  força do grupo. Sem eles era impossível tal força, é verdade, mas é no conjunto que ela realmente está. Foi por possuir tudo o que define um GRUPO DE FORCADOS devidamente estruturado, coeso e determinado que foi considerado o triunfador da última época..

No jantar, que teve lugar no dia 17 de dezembro na Quinta do Alto em Vila Franca de Xira, como é natural, predominava a juventude. A boa disposição era notória. Raparigas bonitas, elegantes e bem vestidas, à moda, eram quase tantas como os rapazes. Eles, sem o brilho do feminino, mas igualmente vestidos “à maneira”, compenetrados do seu papel de anfitriões, também não passavam despercebidos.

Aperitivos e bebidas como prelúdio. Comida bem confecionada e abundante, servida de forma atenciosa ao jantar. Bom vinho a acompanhar. Deram requinte ao acontecimento.

Como se tudo  isto não bastasse, tive ocasião de estar numa mesa onde estavam Idalete Santos, viúva de José Agostinho dos Santos ( mais um “rapaz” do meu tempo que já partiu)  talvez porque o contacto com taurinos que conheceram Zé Agostinho, lhe sirva para matar saúdades. A simpática e bem disposta Maria José Garcia, madrlena rendida aos encantos de Portugal e da corrida à portuguesa ( pelo menos enquanto se mantiver a trabalhar no nosso país na Embaixada de Espanha). O representante da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira o Vereador Vale Antunes e o representante da Junta de Freguesia dr. Fernando Barreira, numa demonstração inequívoca do apreço que estes órgãos autárquicos têm pelo GFAVFX, que se tornou referência marcante da Cidade a que pertencem. A presidir à mesa e a dar-lhe, ( se possível), ainda maior importância, o Cabo do G.F.A.V.Xira, Ricardo Castelo, a cuja liderança se deve muito do êxito que o Grupo tem tido.

Como é da praxe, houve discursos. Todos gabaram o bom ambiente em que decorreu o repasto, elogiaram a iniciativa de o organizar,  e o comportamento do G.F.A.V.F.XIRA nas arenas. O último discurso, como não podia deixar de ser, foi feito por Ricardo Castelo.

De forma calma, mas em que se sentia controlar  certa emoção, foi recordando episódios passados nesta ou naquela corrida. Dificuldades vencidas. Êxitos obtidos ou… desperdiçados. Disse, com franqueza e frontalidade -( Uma “pega”, por muito que se saiba não é uma ciência exata. Há sempre a hipótese de um imponderável. Uma tarde de azar é sempre .possível.). Para os elementos do grupo, elogios e incitamentos. Um agradecimento especial a todos pela colaboração que lhe têm prestado.

Acontece que não  conhecia pessoalmente Ricardo Castelo. Gostei de o conhecer. Sempre correto. Vendo-se que sabe o que quer, moderado e até modesto no seu discurso. Agradou-me verdadeiramente. Curiosamente, certamente por efeito de identica educação, também o seu irmão Pedro me deixara igual impressão. O GFAVFX está bem entregue e no bom caminho.

A cereja no cimo do bolo:, a animação constante proporcionada por dois artistas profissionais – David e Carlos. Um com o microfone, outro com o saxofone, não deixaram ninguém sossegado. Todos eram entrevistados e cantavam.

Ao baile que se seguiu, já não assisti. Mas certamente decorreu da melhor maneira. Os que estavam presentes faziam prever que assim fosse.

OBRIGADO AO RICARDO CASTELO E A TODOS OS COMPONENTES DO GRUPO, PELA AGRADÀVEL NOITE QUE ME PROPORCIONARAM.

VIVA O GRUPO DE FORCADOS AMADORES DE VILA FRANCA DE XIRA E A CONTINUAÇÃO  DOS  SEUS ÊXITOS.

Carlos Patrício Álvares (Chaubet)

Galeria: Todas as fotos do Jantar de Gala Anual 2011

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