Interessante Corrida de Gala á Antiga Portuguesa em Reguengos de Monsaraz


Em Reguengos de Monsaraz, numa Praça de Toiros com bom ambiente e cerca de 4/5 preenchidos, decorreu neste “Dia de Portugal” uma Corrida de Gala á Antiga Portuguesa que contou com a presença no camarote, de Dnª Isabel de Bragança. Calor “quanto baste”, um piso a necessitar de ser renovado e um curro de Murteira Grave com excelente presença, eram alguns dos condimentos positivos e negativos nesta tarde.

Os toiros acabaram por cumprir na generalidade, dignificando o prestigio desta ganadaria, mas a força dos mesmos saiu algo escassa, talvez pelo esforço redobrado dos animais em movimentar-se em tão mau piso. Na arte equestre, não posso deixar de realçar a actuação de Tiago Carreira, de um nível superior e com a ajuda preciosa de um cavalo daqueles que “não tem preço”. O Grupo de Montemor que alternou com o de Vila Franca cumpriu bem, havendo a lamentar a lesão sofrida pelo cara na pega no 3º toiro, tendo acabado por ser dobrado por uma questão de incapacidade física que mais tarde se verificou não ser de gravidade.

O Grupo de Vila Franca também resolveu o seu papel com raça e dignidade.

O 1º toiro da sua actuação foi pegado por Márcio Francisco que continua a caminhada na rota do sucesso, tendo arrancado uma pega de muito valor pelo forte derrote que aguentou logo após a reunião e pela maneira como esteve em frente a um toiro que durante o cite descaiu para terrenos menos recomendáveis, prejudicando uma potencial saída mais franca para o forcado.

O suposto 4º toiro da tarde passou para 5º visto ter-se desembolado na altura de sair á praça e teve como adversário Ricardo Patusco. Não se entendeu na 1ª tentativa em virtude de uma má conjugação entre o chouto da investida do toiro e o modo como foi recuando. Na 2ª tentativa esse detalhe foi corrigido e acabou por arrancar uma excelente pega, aguentando um forte derrote antes de ser excelentemente ajudado pelo restante grupo.

A última pega da tarde também foi muito bem executada, do principio ao fim pelo Pedro Castelo, com uma reunião onde o toiro entrou com um piton, o que provocou que com a cara meio descoberta alterasse um pouco a trajectória e tentasse despejar o forcado, sem sucesso, já que o Pedro aguentou muito bem essas tentativas do toiro até á chegada pronta do grupo, com destaque para a excelente entrada do Tavares. No final esta pega foi premiada como a melhor da tarde. Estes prémios valem o que valem, mas acabam por ser, no fundo, um simbólico reconhecimento do esforço e entrega do forcado da cara na sua actuação, o que não deixa de ser reconfortante.

Depois de todo este calor e tensão, sabia bem despejar uma larga quantidade de líquidos e alguns sólidos para o organismo. Foi no restaurante “O Barril” que o tentámos, com razoável sucesso. Já conhecemos melhores noites neste aspecto particular, mas como no dia seguinte seria dia de trabalho para a maioria, o assunto foi abreviado e resignámo-nos a um serviço simpático, mas de qualidade discutível.

Paulo Paulino (Bacalhau)

Partilhar:

Facebook
Twitter
LinkedIn