Foi com agrado que se a viu novamente a primeira praça do país muito bem composta de público e não foi certamente estranho a tal facto o curro de Canas Vigouroux, anunciado para essa noite.
O primeiro da noite, não era certamente um Canas como estamos habituados a ver, independentemente do excelente comportamento durante a lide, faltava a presença e emoção habituais destes toiros, o que acabou por ser o mote nesta noite, exceção para os dois últimos toiros da corrida.
Para a cara deste primeiro toiro, o grupo de Vila Franca foi fez apresentar o Pedro Castelo. Citou bem, carregou de modo oportuno, recebeu bem e foi bem “trancado” que entrou pelo grupo. O primeiro ajuda não teve grande hipótese de ajudar já que o toiro baixou a cara de modo a práticamente inviabilizar qualquer hipótese de entrada. Apesar da excelente entrada do André Matos, já nas segundas, o toiro entretanto desvia a trajetória e coloca as terceiras totalmente fora de rota e sacudindo o cara e os segundas que tentavam fixar-se nas hastes, acabou com uma tentativa que não aparentava ir terminar deste modo inglório. Para a segunda tentativa, o Pedro já teve de subir mais, indo buscar o toiro às tàbuas, conseguiu “sacar-se” de modo exemplar e fechou-se bem mais uma vez, tendo entretanto o grupo correspondido na mesma medida, consumando esta pega.
Para o terceiro toiro da noite foi designado para forcado da cara o Bruno Casquinha que vinha motivado pela excelente pega efetuada uns dias antes em Salvaterra. Não defraudou as expetativas, tendo conseguido uma pega “limpa”, tecnicamente perfeita a encher a cara ao toiro e com ajudas oportunas de todo o grupo.
Para o ultimo Canas do grupo de Vila Franca, este já um verdadeiro Canas a espalhar emoção e ainda com poder para causar algumas mossas, foi designado o Ricardo Patusco. Confesso que apesardas qualidades que todos lhe reconhecemos, na minha opinião, o Patusco fez a melhor pega que lhe vimos fazer esta época. Excelente no cite, no carregar e no aguentar, recuou na altura certa e fechou-se “à Patusco”. A viagem até ao grupo foi veloz e o grupo empregou-se. Junto às tábuas o toiro “despachou” práticamente todos os forcados com um derote para baixo e quando já se preparava para fugir com o cara, chegou oportuno o primeiro ajuda João Maria que havia recuperado e logo de seguida os restantes ajudas, consumando-se assim uma pega com todos os condimentos que se apreciam numa boa pega de caras, um querer enorme, muito valor e grande emoção.
Na ultima parte da corrida (o jantar) voltámos ao Verde Gaio em Campo de Ourique onde o tratamento é sempre VIP e num jantar repleto de amigos e bem composto de gente interessante, tudo voltou a correr bem.
Paulo Paulino “Bacalhau”