Como é normal em quase todas as nossas digressões ao norte de Portugal, a partida é um dia antes, seja como desculpa para passar uma noite com os amigos longe de casa ou simplesmente pela dura viagem que seria, caso a saída fosse no próprio dia da corrida. Feita a distribuição dos carros no dia anterior na corrida de Papagovas muitos foram os que optaram por partir logo no sábado rumo à bonita cidade de Viana do Castelo onde pegávamos no dia seguinte.
Perguntava-se onde vamos dormir. Lá arranjaremos alguma coisa com certeza, só não nos lembramos de um pequeno pormenor, a cidade estava em plenas festas da Nossa Senhora da Agonia que anualmente atraem milhares de forasteiros, ou seja sitio para dormir veio a revelar-se impossível. Pois é, chegados a Viana cerca das 4 horas da madrugada não tínhamos sitio onde descansar a vista por algumas horas. A risota era geral, com corrida no dia seguinte avizinhava-se uma noite em claro. Tudo para a praia, pois entre a areia e os carros lá nos havíamos de ajeitar. Uns tortos nos bancos dos automóveis outros mais direitos na areia da praia mas com um frio de bater o dente.
Sem duvida mais uma peripécia para juntar ao livro destes já longos 75 anos de história. A corrida!!! Essa saldou-se por mais uma excelente actuação com duas pegas de encher as medidas aos aficionados Vianenses. Receita para o sucesso uma noite sem pregar o olho…
Bem, mas vamos ao essencial desta actuação na castiça praça de toiros de Viana do Castelo. Com uma casa praticamente cheia e ambiente ao mais puro estilo nortenho pegávamos dois toiros do Eng. Luís Rocha em conjunto com os nossos colegas de Alcochete e de Cascais. O cartel era composto por seis cavaleiros que tudo fizeram para agradar a este público tão entusiasta.
Para o primeiro toiro o Vasco decidiu entrega-lo ao Rui Graça que pelo seu tamanho logo conquistou a simpatia da assistência, brindou a “afición” nortenha, citou com alegria e carregou no momento certo, provocando muito bem o seu oponente, enrolou-se como faz muito bem e esperou que os restantes elementos o ajudassem na perfeição, uma excelente pega, sem dúvida a melhor da tarde.
Para pegar o segundo foi escolhido o Márcio, cada vez mais uma certeza dentro do grupo, o Márcio tinha pela frente um toiro que não aparentava grandes complicações para a pega. Sem nada complicar, esteve bem com o oponente, carregando, recuando e fechando-se de forma exemplar e pegando o seu quarto toiro no espaço de 10 dias. Tudo seria perfeito não tivesse tido a infelicidade de se lesionar na perna, uma lesão leve mas que o deixava de fora para o compromisso do dia seguinte em Samora, onde de certeza gostava de pegar um dos seis Passanhas que tínhamos pela frente.
O jantar, muito tranquilo pois o dia seguinte era de compromisso, foi excelentemente servido na tertúlia/restaurante “A Trincheira” do nosso amigo Sr. Augusto onde fazemos questão de ir cada vez que actuamos em Viana.
João Pedro Silva “Surf”