Desta feita e por ocasião da corrida de comemoração dos 75 anos das festas do Colete Encarnado, coincidente com mais uma comemoração da fundação do grupo da Vila, segue o breve resumo do que se passou na Palha Blanco e pela noite dentro.
O cartel composto pelos cavaleiros António Ribeiro Telles e João Telles Jr., matador Victor Mendes e o novilheiro António João Ferreira “Tó Jó”, pegava o grupo de Vila Franca de Xira capitaneados por Vasco Dotti, ganadaria de Herdeiros Conde Cabral.
António Telles andou irregular, longe do nível de excepção a que nos tem habituado, com algum ferro, brega ou remate mais a seu tipo apenas na lide a dúo que abriu praça. Sendo que a lide a solo, a mesma não teve história. João Telles Jr. salvou a honra da torrinha, tanto no mano a mano como a solo onde esteve em muito bom nível, nesta ultima tendo pla frente o melhor toiro da corrida e o unico deste tipo, sacou o que o mesmo tinha pra dar realizando uma lide inteligente e com alguns curtos de frente de muito boa nota, terminando com um violino a lembrar o seu pai em tarde inspirada.
Na arte de “Montes”, Victor Mendes andou distante do brilhantismo de outrora, pelo vento que fustigava tanto capotes, como muletas e até o público, assim como também pela mansidão do curro enviado plo ganadero. Foi certamente desagradado com a sua actuação que o matador, assim como público sairam desta praça após terem assistido a duas lides sem história em que apenas se viu algo parecido com os toiros que se esperavam assim como uma ténue recordação do que foi o “maestro. O novilheiro Tó Jó, apresenta-se nesta praça com vontade de tourear, encontrando as mesmas dificuldades do seu alternante e director de lide, porém gozou da melhor condição do seu segundo toiro onde ainda nos conseguiu mostrar que está mais maduro, com sitio e a colocar a carne no assador não escapando a uma voltareta felizmente apensa aparatosa e sem provocar danos de maior.
Pelo grupo de Vila Franca de Xira que pegava a solo os três toiros da tarde, abre praça Diogo Pereira, que teve pela frente um toiro a derrotar no alto com o forcado fechado na cara, despeja-o num derrote para baixo e a tirar a cara quase aos pés do 1ª ajuda, fecha-se bem na 2ª tentativa com o grupo a mostrar coesão. Para a segunda pega, a da tarde e que viria a ganhar o troféu em disputa, salta Pedro Castelo que perante um toiro com arrancada pronta e com muita pata, cita a meia praça, recebe muito bem e aguenta a dura viagem, até o grupo ajudar de forma eficaz a um toiro muito dificil, dá volta o forcado da cara com o 1ª ajuda Bruno Tavares sob forte ovação. Na terceira e ultima pega da tarde, foi cara Ricardo Patusco que foi eficiente e decidido frente a um toiro, também ele com muita pata, em que mostrou saber mandar no toiro ao citar, a receber com garra e ainda a emendar-se durante a viagem, pega ao primeiro intento com boa 1ª de Tiago Oliveira “Salsa”.
Finda a tarde, segue-se o tradicional jantar onde reinou a boa disposição e outras coisas que tais e que tanto caracterizam o nosso grupo, o da “Vila” e que lugar tão especial ocupa no nosso coração e de que quem o sente como nós, para não falar nesse ambiente tão caracteristico que se cria pelo Colete Encarnado e que tem um cariz exclusivamente anual. Houve ainda tempo e disposição para alguns resistentes rumarem até à tertúlia, onde o triunfador da tarde partilhou entre amigos o troféu ganho com mérito e distinção e onde surgiu também a oportunidade de assistir a um “al alimón” protagonizado por Pedro Castelo e o antigo cabo Jesus Lourenço a parte do já referido troféu. Assim foi mais um dia na história do grupo da “Vila”, onde em ambiente de Colete Encarnado e amizade se fechou mais um elo entre todos o que o sentem no coração e que assim continue na graça de Deus.
Carlos Nunes “Gel”