Carta aberta ao Vasco Dotti


Caro Vasco.

Certamente que já estás há muito tempo a contar os dias que faltam para a terça-feira nocturna, 6 de Outubro do corrente ano.

Vai com certeza ser e todos nós contribuiremos, dentro das nossas limitações, para que seja uma grande noite de festa, carregada de muitas emoções.

Antecipo-me à mesma, escrevendo estas breves e sentidas palavras para te deixar um testemunho do sumo que bebi, enquanto vestido de forcado ao teu lado e posteriormente, teu pupilo.

Não vou dissertar e/ou justificar a minha ausência nos últimos anos em efemérides ou convívios do Grupo, pois saberás concretamente o porquê, mas sim tentar exprimir alguns dos meus sentimentos enquanto discreto amante do Grupo e pequeniníssimo colaborador da edificação do enorme nome que a instituição Grupo de Forcados Amadores de Vila Fraca de Xira alimenta na sociedade da festa brava.

Em dada altura, na geração que pertenci, quando o Diogo Palha foi cabo do grupo, foste a bitola (modelo / padrão) para qualquer forcado que se intitulava ser “Forcado da Cara”. Alguns de nós já com barba perfeitamente definida, víamos em ti, depois do Jorge Faria, o expoente máximo da figura do forcado de V.F.X.

Lembras-te de uma vez, num discurso por mim produzido em Coruche, que dirigi-me à tua pessoa e te intitulei como “Professor”?

Realmente era o que sentia.

Pessoalmente, ainda hoje lamento ter deixado de pegar toiros. Na altura que decidi deixar de pegar, só a mim me custou ter tomado essa decisão. Acredita que me custou muito.

Tentei transmitir o porque dessa minha decisão num almoço que tivemos.

O que depois dai foi dito e deturpado, desconheço mas desconfio. Só sei que te falei com toda a honestidade e testemunhado por alguns elementos, na altura no activo.

Lamentavelmente, uns entenderam perfeitamente a real causa, outros, infelizmente… continuam infelizes. Paciência!

Espero que tenhas entendido a minha posição.

Em sintonia com as demais intervenções dos restantes elementos que compunham o Grupo do meu tempo, fardados em praças de toiros, foram também com as tuas pegas de caras que reconhecemos muitos dos êxitos do G.F.A.V.F.X.

Em algumas situações, depois de sabermos a “fruta” que estava para sair à arena, já contávamos com a tua intervenção. Era o que te estava destinado, consequentemente, nós aliviados. Salvo raras excepções como o toiro que saiu em Abíul, da ganadaria Quinta da Foz.

Um abraço ao Calado.

A tua capacidade de iniciativa, tantas vezes nos surpreendeu. As organizações dos Coletes Encarnados até ás Feiras de Outubro, as organizações dos livros de final de época, as estatísticas, os jantares de final de época, as garraiadas, os cortejos, as diligências que idealizavas para obtermos fundos para o Grupo, entre outras.

Recentemente, deste uma valente prova do carinho que nutres pela instituição, o poderio que demonstrastes quando, voluntariamente decidiste que ias pegar um toiro em Abiúl, “pressionado” pelo louvor que te foi protagonizado. UMA GRANDE PEGA!

Para terminar, não descorando as pessoais incompatibilidades ideológicas que reservo sobre ti enquanto Cabo, encerro este meu breve testemunho para te louvar com os meus sinceros parabéns pelo enorme FORCADO que foste.

Um abraço,

Pedro Manuel Reinhardt

Obs: O facto de não mencionar outros nomes neste testemunho, não pretendo susceptibilizar qualquer outro elemento do Grupo de V.F.X.

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