Bonito tributo a Fernando Palha na sua Palha Blanco


Às quatro e trinta deste Domingo 1 de Maio a Palha Blanco presenciou, perante três quartos de praça bem preenchidos e sob um acalorado dia primaveril, um tributo à memória do Exº Sr. Fernando Palha, muito justamente alvo de uma bonita e sentida homenagem no mais puro estilo Ribatejano, testemunhada pela sua família, os seus grandes amigos campinos e a cumplicidade da arena da Palha Blanco.

Após este momento misto de solenidade, intimismo e inegável demonstração de respeito e saudade por uma figura marcante de Vila Franca, de todo o Ribatejo e do mundo taurino, soou na Praça a “Maria da Fonte”. O Grupo de Vila Franca tinha encontro marcado com 3 dos 6 exemplares saídos a Praça nesta tarde.

Saiu à praça o primeiro toiro da tarde, de David Ribeiro Telles, a rondar os 500 Kg e que vinha em substituição do toiro Núncio que entretanto se inutilizara na embolação. Durante a lide foi notória a extrema tendência do toiro em humilhar, algo que podendo ser considerado um inegável sinónimo de nobreza, não é de todo um sintoma positivo para a execução de uma pega quando esse excesso origina uma reunião baixa que dificulta bastante a atuação do grupo. As tentativas de levantar a cara ao toiro não foram bem-sucedidas na preparação da pega e o forcado da cara escalado, Vasco Pereira, e o resto do grupo vieram a ressentir-se dessa caraterística que acumulada com a dureza na reunião foi derrotando todo o grupo a ponto de apenas se ter resolvido este problema numa 6ª tentativa bem suada. Não correu bem, obviamente, mas a raça e a atitude estiveram sempre presentes, sem precipitações nem recuos e apesar de todas as adversidades, o Vasco esteve sempre enorme e com perfeita noção do ingrato guião de sacrifício que lhe estava destinado. Assim se fabricam grandes forcados.

O terceiro toiro da tarde, uma estampa de António Silva, foi um toiro que saiu dentro da linha habitual desta ganadaria, impondo seriedade e empenho na luta. Apesar disso, demonstrou uma forte tendência de refúgio em tábuas com proeminência na zona da direção da corrida. Saltou à praça para a cara o Ricardo Patusco. Após um cite correto até à zona das decisões, mandou na investida, recuou o necessário para se fechar no momento certo e apesar de na zona do primeiro ajuda, Bruno Tavares, ter baixado a cara, o Tavares entrou muito bem, decidido, e foi secundado ao mesmo nível pelos restantes ajudas que não deram a mínima possibilidade ao toiro de obter qualquer sucesso nos intentos. Mais uma excelente pega deste grande forcado.

O Grupo de Vila Franca fechou a sua atuação nesta tarde num quinto toiro da ganadaria David Ribeiro Telles que cumpriu durante toda a lide, apesar de ter vindo de mais a menos na fogosidade que foi empregando ao longo da lide. Para a cara, o cabo deu a oportunidade ao Francisco Faria. Trata-se de um forcado novo mas que demonstra já uma grande maturidade em praça, sabe o que faz e transmite a calma necessária para estes momentos. Conseguiu mandar de modo a que o toiro se empregasse como pretendido e “trancou-se” de modo muito rápido e eficaz na córnea. Foi essa eficácia que permitiu que aguentasse bem uma viagem longa já que o toiro fugiu ao Grupo, apenas com o Tiago Oliveira “Salsa”, o primeiro ajuda que teve também ele uma entrada eficaz, a ajudar a compor o Francisco na referida viagem, apesar de se notar que este teve sempre a situação controlada e entretanto, o resto do Grupo fechou e consumou-se deste modo mais uma boa pega.

Nesta tarde, estava em disputa o prémio João Vilaverde para o melhor grupo em praça e desta vez, o mérito foi para o Grupo das Caldas da Rainha que teve uma excelente atuação e mereceu a distinção pelo equilíbrio na eficácia e coesão demonstradas no conjunto das suas intervenções.

Paulo Paulino “Bacalhau”

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