O FORCADO AMADOR está a publicar um ciclo de pequenas entrevistas de balanço de temporada aos cabos de todos os Grupos de Forcados que actuaram este ano nas arenas portuguesas.
Depois dos cabos dos Grupos de Évora, Caldas da Rainha, Monforte, Monsaraz, Pinhal Novo, Montemor, São Manços, Beja, Lisboa e Amadores da Moita, e que pode rever no separador “ENTREVISTAS”, publicamos agora o balanço da temporada do realizada pelo cabo do Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira – Ricardo Castelo
Os Amadores de Vila Franca foram para muitos dos observadores, um dos melhores grupos, dos que actuaram nas nossas praças no ano de 2012. Já com diversos prémios arrecadados de “Melhor Grupo”, marcaram presença em 21 festejos. Foram o grupo que mais toiros pegou nesta temporada. Realizaram 103 tentativas para pegar os 74 toiros que enfrentaram, com uma média impressionante de 1,39 tentativa/toiro, posicionando-se no 4.º lugar do nosso Escalafon de Corridas (dados FORCADO AMADOR).
Os Amadores de Vila Franca de Xira foram fundados em 1932 por Joaquim Franco, sendo que o primeiro toiro que pegaram foi na praça da sua terra, pertencente à Ganadaria de Pinto Barreiros.
Ricardo Castelo é o seu 17.º cabo, assumiu tal responsabilidade em Outubro de 2009 das mãos de Vasco Dotti.
A 16 de Agosto de 2002, na praça de toiros de Arruda dos Vinhos e na época comemorativa dos 70 anos de fundação, o Grupo sofre a maior tragédia da sua história quando o valoroso FORCADO RICARDO SILVA “PITÓ”, perde a vida ao executar uma extraordinária pega a um toiro do Eng. Jorge de Carvalho.
Escola de grandes forcados, tem nos seus Juvenis a academia de novos forcados, com Pedro Dotti a ter uma responsabilidade por tal sucesso desde à muitos anos.
Forcado Amador (F.A.) – Quantos elementos se fardaram em 2012 com a vossa jaqueta?
Ricardo Castelo (R.C.) – O ano 2012 foi um ano especial para o Grupo de Vila Franca por ser o ano de comemoração de 80 anos de Fundação. Portanto, no festival do dia um de Abril tive o prazer e a honra de ter 74 elementos de varias gerações com vontade de servirem o Grupo de Vila Franca e a desfrutar com isso. Se não contar com este dia fardaram-se 32 elementos que pertencem ao Grupo actual.
(F.A.) – Qual a idade do forcado mais novo, do mais velho e qual a média de idades?
(R.C.) – O mais velho dos actuais tem 35 anos e os mais novos 17 anos e a média é de 24,8 anos.
(F.A) – Qual o balanço geral da temporada de 2012 para o seu grupo?
(R.C.) – Esta época foi muito positiva no que diz respeito ao elevado nível das actuações. Tivemos uma época com grande eficácia onde pegamos toiros das ganadarias consideradas mais duras e o Grupo respondeu com muita experiência, grande coesão e eficácia. Acho que estes adjectivos caracterizam muito bem a época do Grupo de Vila Franca. Tivemos também um “crescimento” de alguns jovens a completar a muita experiencia do actual Grupo de Vila Franca.
Apenas negativamente destaco o número de actuações que o Grupo foi convidado tendo em conta o Historial e actuações do Grupo ao longo do ano.
(F.A) – Qual o momento que destaca pela positiva em 2012?
(R.C.) – Este ano, felizmente, poderia destacar muitas corridas onde actuamos mas acho que foi fundamental o início ter corrido muito bem com os “Canas Vigourox” em Salvaterra e em Vila Franca (Maio). A partir daqui, com a confiança ganha as coisas iam surgindo naturalmente como aconteceu, por exemplo, nas corridas do Campo Pequeno, com os 6 “Passanhas” em Abiul, na Nazaré, na Figueira da Foz e na Feira de Outubro em Vila Franca com a dureza dos “ 6 Palhas” o grupo mostrou que mesmo quando os pormenores não saiam a atitude e coesão são sempre marcas deixadas pelo Grupo.
(F.A) – E pela negativa?
(R.C.) – Pela negativa são sempre as lesões e o número de corridas, como já referi, porque num ano em que o Grupo respondia com grande nível gostávamos e esperávamos ser chamados mais vezes a actuar.
(F.A) – Infelizmente os forcados têm que saber conviver com as lesões provocadas por colhidas. Quais as lesões mais graves que ocorreram no seu grupo? E como estão a recuperar os forcados em causa?
(R.C.) – Felizmente as lesões estão todas recuperadas e como mais graves destaco a rotura de ligamentos e fractura do pé do António Faria, luxação do ombro do Flávio Henriques e fractura de um dedo do Bruno Tavares que teve de ser operado.