Artigo de opinião – Atitude de Forcado


Um abraço Jorge Faria

Gostei muito de ter lido o artigo de opinião produzido para a revista “Novo Burladero”, edição 256, de Março deste ano.

Não sendo a minha intenção desvalorizar as opiniões dadas pelos dignificados forcados, enalteço as singelas respostas justificadas pelo Jorge Faria.

Vou elaborar este artigo, regendo-me unicamente a proferir breves dissertações à figura do Forcado.

Sou aficionado acima de tudo, e gosto muito de assistir a Corridas de Toiros em Portugal.

Graças ao meu papel de espectador, aliado ao desempenho que exerço enquanto Delegado Tauromáquico, tenho efectivamente assistido a muitos cenários onde constato a dissertação introdutória, ” Hoje não há vergonha de se fazer má figura, nem há respeito pelo público”.

O Forcado deve ser o indivíduo que acima de todas e quaisquer circunstâncias, espaço e tempo, deve respeitar antes de se fazer respeitar.

Atendendo à mediatização que a figura é envolvida, não só nos devemos preocupar com a nossa presença dentro das praças de toiros, mas sim também, ás circunstâncias sociais no exterior das mesmas.

Bem sei que não existe uma medida imperativa zelosa que declare que o forcado deve vestir isto ou aquilo, ou mesmo fazer aquilo e aqueloutro.

O que sei, enquanto forcado do Grupo de Vila Franca, eu e os demais que vestimos a respectiva jaqueta, tínhamos o compromisso, acima de tudo, da respeitar!

Para tal, tínhamos como devoção apresentarmo-nos sempre devidamente trajados, camisa lavada e passada a ferro, jaqueta e calções sem faltar um botão, meias limpas e sapatos de forcado devidamente escovados.

Fui instruído por um Senhor, de nome Jorge Faria, um Grande FORCADO e um Grande LÍDER de Homens, soube, e muito bem, incutir o que é ser FORCADO!  

A permanência no interior da praça, nomeadamente na trincheira, devíamos estar dentro dos burladeros, e quando estes não existiam, a tenacidade deveria ser, encostados à parede.

Depois de sermos nomeados para nos fardarmos para o evento tauromáquico, tínhamos como nossa obrigação, apresentarmo-nos com a barba feita / aparada.

O salto para a arena, só deveria ocorrer quando forcado atingisse o patamar mais elevado da respectiva condição física e psíquica para bater as palmas a um toiro.

Hoje em dia, nomeadamente em grupos de forcados reconhecidos por grupo de amigos, o que se vê são indivíduos sem qualquer preparação efectiva, sem conhecimentos do oponente, tanto no que concerne ao aspecto comportamental, aos locais das crenças, bem como de outros pormenores de extrema relevância que permitiam, se soubessem ou quisessem aprender, conhecer o sucesso e o prazer de se fazer uma grande pega a um toiro.

Como diz o Jorge, e bem, hoje em dia “…o toiro sem ser pegado …., é cada vez mais prolífero”.

Constato verdadeiramente esta afirmação! É nestas situações, enquanto aficionado que sentimos que não estamos a ser respeitados por aqueles a quem confiamos o nosso tempo e o nosso dinheiro.

Pedro Reinhard

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