
A corrida LUX no Campo Pequeno apresentou uma moldura humana invejável com praça esgotada. Um cartel bem composto e uma noite a convidar ida aos toiros, só que… faltaram os toiros. Aparência física possuíam os exemplares de Maria Guiomar Corte Moura, alguns até denunciavam possuir alguma bravura, mas tudo isto fica soterrado pela indecência de saírem dos curros a tropeçar nos cascos e a caírem após o 1º ferro. Independentemente da reconhecidíssima competência e seriedade da empresa do Campo Pequeno, aparentemente existem forças de bloqueio que impedem que algumas figuras enfrentem verdadeiros toiros de lide na nossa principal praça de toiros.
Após este pequeno devaneio, semi-desabafo, descrevo o que me pareceu a atuação do Grupo de Vila Franca.

O Bruno Casquinha era o aniversariante de serviço e dificilmente volta a ter um toirinho (musculado por sinal, mas apenas isso) com tão pouco sumo como prenda, a abrir praça. Fez o que lhe competia, pegou facilmente à 1ª, bastando para tal estar suficientemente concentrado e ter feito as coisas como deve ser.

O Pedro Castelo não merecia o que lhe aconteceu no 3º toiro. Um forcado feito, da elite que pisa as arenas do país, tocou-lhe em sorte uma “fava” sem a mínima classe nem força mas suficientemente “pastelento” para fazer com que as coisas não corressem de feição nas 2 tentativas iniciais. Também contribuiu para este insucesso o facto de não ter sido bem ajudado lá na frente. Foi um percalço daqueles que os grandes forcados por vezes têm de “engolir”, acontece.

A terminar a atuação do Grupo de Vila Franca, para o quinto toiro saltou o Rui Godinho para a cara. Quando já todos na praça desesperávamos com a pasmaceira vista durante toda a noite entre bocejos e algum aborrecimento, finalmente um toiro a pedir contas, mas apenas para a pega. Ganhava asas quando via o “boneco”. O Rui esteve imponente na 1ª tentativa mas O Grupo não foi o que nos habituou durante toda a época e desta vez foi vencido, sabe-se lá se adormecidos pela monotonia até aí decorrente. Foi derrotado nas tábuas quando o toiro fugiu apenas com o Rui na cara direito à porta dos cavalos e o sacudiu com grande violência. Na 2ª tentativa recebeu mal o toiro e a história dessa tentativa acabou logo aí. Na 3ª, o toiro continuava a apoderar-se da praça, mas o Rui esteve apenas “extraordinário” assim como todo o Grupo, destaque para o Tiago Salsa, com uma 1ª ajuda de sacrifício, os 2ªs ajudas André Matos e João Maria Santos e para um bloqueio final exemplar das 3ªs ajudas a mostrarem quem mandava efetivamente naquela arena. O público estava ávido do único momento de emoção que se viveu no Campo Pequeno nesta noite onde só esta pega compensou em parte o que se gastou no bilhete e correspondeu de pé, não poupando aplausos a este grande momento protagonizado pelo Rui Godinho e os restantes elementos do Grupo de Vila Franca em praça.

Podia apenas ter contado a história desta pega para retratar o que se passou de realmente “normal” nesta noite.
Paulo Paulino “Bacalhau”