À média luz de Rio Maior


Foi à média luz que se iniciou a corrida de Rio Maior e foi também à média luz que finalizou. Aliás quase tudo foi à média luz nesta corrida, só mesmo as atuações dos forcados nessa noite iluminaram a quase penumbra nesta praça desmontável. Os toiros de fraca presença mas bravotes apesar de tudo, ainda contribuíram parcialmente para que a meia casa de publico não adormecesse na bancada, mas convenhamos, a única parte interessante deste escuro espetáculo foram mesmo as pegas.

O Grupo de Vila Franca voltou a apresentar uma formação juvenil reforçada com alguns dos mais velhos e resultou em pleno, tendo estado a um bom nível, mostrando que efetivamente possuem qualidade e quando se sentem libertos sem a pressão que as praças mais importantes por vezes lhes incutem, mostram efetivamente o seu real valor.

Abriu praça o Nuno Vassalo que esteve perfeito em tudo, no cite, a carregar, a recuar e a receber onde aguentou dois derrotes no alto mas fechado como estava e com a pronta chegada dos ajudas, muito coesos, a pega resultou em pleno. Uma pega que ajudou a mostrar que o Nuno não se ressentiu minimamente com noite menos conseguida que havia passado recentemente nas Caldas da Rainha e que este sim é o seu real valor, aliás, de acordo com as prestações todas que havia tido nesta época.

Para o terceiro da noite, uma estreia a pegar nos Amadores, o Gonçalo Filipe que na última garraiada da Sardinha Assada em Vila Franca havia mostrado que tem bastante potencial como forcado da cara. Fez por merecer esta oportunidade. Após brindar a dois ilustres espetadores, Diogo Dotti e Guilherme Borba “Manucho” fez-se ao toiro. Esteve correto até ao momento de carregar a investida do toiro que fez apenas uma meia investida e descompôs momentaneamente o forcado que rapidamente se concentrou e foi provocando o toiro em consecutivas meias investidas pouco francas, acabando por reunir já perto dos ajudas mas bem fechado, numa pega que exigiu algum poder de concentração deste jovem forcado. No geral foi muito proveitoso como experiência diferente no seu processo de aprendizagem e mostrou intuição e um bom poder de análise.

A finalizar a noite, o João Matos “Menica” na sua estreia nesta época pelos Amadores, esteve muito bem como é seu hábito nas alturas em que se sente à vontade, o que ocorreu nesta pega. Citou alegre, recebeu muito bem, trancou-se com eficácia e aguentou uma viagem que ainda deu alguma “luta” aos ajudas que acabaram por fechar a pega e concluir esta boa atuação protagonizada pelos mais jovens forcados do grupo de Vila Franca.

Paulo Paulino “Bacalhau”

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