Tarde de toiros em Vila Franca, temperatura ideal para ir a uma corrida, público até ao “pau da bandeira” como há muito não se via nesta praça, mas acima de tudo, a sempre ansiada 1ª corrida da época para o Grupo de Vila Franca.
A alternatica do cavaleiro Marcelo Mendes era um dos momentos que também atraía a atenção de parte do muito público, que viu uma lide esforçada com nota positivo do nosso mais recente cavaleiro de alternativa, parabéns e muito sucesso nesta arte, é o que se lhe deseja.
O curro Canas Vigouroux sai a empurrar e com excelente presença, pesos a oscilar entre os 500 e os 560 Kg e um comportamento que apelaria de cumpridor nas lides. Ainda assim, acabaram por ser as pegas os monmentos da tarde e neste aspecto o Grupo de Vila Franca esteve bastante bem, numa actuação que não sendo “redonda”, roçou esse patamar com uma extraordinária demonstração de coesão e eficácia a ajudar, neste caso bem secundados pelos caras. Destaco neste particular a pega do Ricardo Patusco, a 4ª pega da tarde, pela técnica e vontade que os 8 forcados em praça demonstraram, o Patusco bem do principio ao fim, a pegar com excelente técnica e a saber fazer tudo bem e o Tavares “enorme” a dar uma 1ª ajuda fabulosa.
A 2ª pega da tarde, 1ª do Grupo de Vila Franca, o Pedro Castelo saiu vencido pelo oponente na 1ª tentativa do 1º toiro da época. Ficou a sensação de se ter tentado fechar algo tardiamente em relação ao tipo de derrote que o toiro manifestava no momento da reunião, eventualmente alguma tensão natural da estreia na época, mas tudo isso ficou tapado na excelente maneira como “emendou a mão” na 2ª tentativa, desta vez com o André Matos a ter a sua oportunidade de dar nas vistas na excelente 2ª ajuda dada, é assim quando se está no sítio certo e se acredita.
A última pega da tarde foi do Márcio Francisco, a um toiro já com um “sentido” muito pronunciado, a manifestar que podería denotar alguma dureza na reunião. O Márcio acabou por dar por isso na 1ª tentativa, a cair na entrada das 2ªs após uns derrotes que o apanharam sempre descomposto na cara. Na 2ª tentativa, com o Grupo a dar excelente conta – destaque para o Tavares que veio pendurado por um pé na córnea do toiro até ao final da pega num misto de garra com aflição. Desta vez o Márcio esteve ao seu nível, muito eficaz. Volta merecida para o Tavares neste toiro, bastante justa esta chamada pela actuação dele nesta tarde. No fundo representou o empenho geral dos ajudas numa corrida em que até foram dadas oportunidades que foram agarradas. Se alguns forcados novos estão a ter oportunidades é porque as mereceram e fizeram por isso, mas o mais importante é terem alguma sorte e saberem aproveitar essa sorte, foi o caso, num curro a pedir algumas contas, conseguiram tirar partido desse factor. As ausências forcadas do Falé e do Bazuca, juntando a saída do activo do Cagaréu dão algum espaço para alguns tentarem conquistar o seu “espaço” no Grupo, algo importante para todos e a fomentar alguma competição salutar.
Paulo Paulino “Bacalhau”